Há coisas
que não mudam em Portugal. Não, não vou falar de penaltis marcados no
meio-campo. Um cheque é um cheque e o Hugo Miguel tem lá a vivenda no Barreiro
para acabar de construir. Tudo bem.
Refiro-me
ao real desprezo que sobra para cada e-mail com um pedido de emprego. Era assim
em 2001 quando comecei a procurar um lugar na lavoura e, experiência feita, é
assim hoje.
Há cerca de
6 meses, mais coisa menos coisa, que isto do tempo para mim é como a linha de
grande área para o Hugo Miguel, juntei-me a um grupo de pessoas na direccão da
associacão Portuguesa aqui, em Gotemburgo. Arranjei um hobby ou, em Português
corrente, sarna para me cocar.
Mas, este
rebéubéu todo para dizer que, uma das minhas funcões é responder semanalmente a
N mails com pedidos de ajuda, procura de emprego, informacões, primeiros passos
e tudo o que, quem está do outro lado e quer sair de Portugal, se lembra de perguntar.
Há quem procure um emprego, ajuda para fazer o CV, morada das financas ou até,
a melhor loja para comprar polvo. Eu, dentro dos meus vastos conhecimentos de
moluscos, tento ajudar no que posso. Também por saber o que é estar do outro
lado, nunca deixo de responder a ninguém, por mais estúpida que seja a pergunta
ou por mais difícil que seja a missão de ajudar. Lembro-me sempre do desespero
que foi enviar dezenas de CVs por dia, algures no início do milénio, e nem um “ide
pastar” receber.
Uma
diferenca para estes povos do Ártico. A resposta aparece sempre…mesmo que seja negativa.
Em
Portugal, especialmente para quem está numa posicão de chefia, continua a ser
uma questão de status não responder a um mail. Estás ocupado, és importante, a
pessoa do outro lado não tem nada par ate dar. Respondes se for o teu chefe ou
se puderes ganhar algo com isso. Não o fazes por educacão, por profissionalismo
ou por pensares que alguém espera uma resposta. Sim, porque o principio é esse.
Se alguém te escreve, espera uma resposta. Simples.
Na semana
passada voltei às lides e comecei a procurar emprego em Portugal. De 15
candidaturas, 3 responderam. Mandaram-me pastar é certo, mas não me deixaram a
seco. Um deles foi o camarada João Miguel Tavares. Se já simpatizava com ele,
agora ainda mais.
Vocês
enervam-me com essa mariquice de apagar mails sem os ler. Fazer o quê?
Desistir? Nem pensar. Mais 15 prontos a sair.
4 comentários:
Bem, fica a dúvida: Regressar, porquê?
Eu n disse regressar :) Apenas procurar emprego (que neste caso pode ser feito a partir da Suécia).
Sou doido, mas nem tanto...
tf
Isso quer dizer que se encontrares um bom emprego, regressas a Portugal?
Nao Vasco. Ate o meu filho ser independente nao vou sair daqui. Mas gostava de escrever e comecei a procurar emprego em publicacoes portuguesas. Dificiiiiiiiil...
tf
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