sexta-feira, março 01, 2013

E amanhã? Sofá ou megafone?


Ando sem vontade de escrever aqui. Pelo menos sobre coisas sérias.
Apetece-me partilhar umas dúvidas que tenho sobre Colónia, cidade uruguaia de influência portuguesa. Uma espécie de Reguengos banhada pelo Mar del Plata.
Também gostava de falar sobre a Benfica TV e os direitos da Premier League. De mestre Vieira, de mestre. O marido da Manuela afinal serve para qualquer coisa.
Mas estes assuntos nao sao muito interessantes pois nao? Nao, admito que nao.
Mas sao boas bolhas de ilusao e alheamento. É o que se procura quando se perde a esperanca. Como é o meu caso, confesso.
Ouco Alexandre do Pingo Doce dizer que "com Grândolas nao vamos lá". O mesmo artista que paga impostos na Holanda. Continuo a ver Relvas no governo...ele ainda é ministro, nao é?
Ouco histórias sobre miséria, criancas que deixaram de comer regularmente, telhados que desaparecem.
Nao vejo no entanto qualquer corte nas tao famosas "gorduras do Estado". Há cortes nos servicos, sim, mas nas regalias de quem governa, nas pensoes dos boys e na clientela fixa dos partidos (PPPs) nada mudou. Ou entao fui eu que fechei os olhos e perdi o momento.
E isto retira-me a esperanca. Por uma razao simples: eu nao cresci num país assim. Nao era a Noruega, mas estava, ainda assim, longe de Marrocos.
Quem somos nós afinal? Como é que permitimos que gente tão assustadoramente incompetente (na melhor das hipóteses) nos governe?
Nos meus melhores sonhos vejo chaimites na Assembleia da República e os boys do centrão atirados ao Atlântico, em jangadas de 4 canas e apenas com 1 litro de água potável para 10. Se isto não é o desespero, não sei o que lhe possa chamar.
E por isso não ando com vontade de escrever. Não apetece mesmo.
Calo-me então. Fica a música que soa bem melhor.
E amanhã? Todos na rua, megafones e cancões, o governo saía pelo seu próprio pé e entrava uma geracao nova, sem vícios e sem CVs preenchidos com a distribuicão de sacos de plástico nas jotas. Chamar-se-ia a "Revolucão das Orquídeas". Eu comecava a dormir e quem sabe, deixava de sonhar com chaimites.
Isso sim, é que era "lá ir com Grândolas". 
 

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