Se não tivesse mais nada para fazer gostaria de me dedicar a uma tese de mestrado sobre Passos Coelho. Há material para encher um resma de folhas A3.
O caso de estudo do Obama de Massamá é, arrisco a dizer, único. Um homem que parte para uma eleicão na condicão de líder da oposicão com 14 pontos de vantagem nas sondagens, contra um governo demissionário, contra o PM mais atacado na história da democracia portuguesa, numa altura em que os Portugueses sofrem cortes nos seus vencimentos e aumentos nos impostos, com o FMI no Terreiro do Paco e o país em risco de bancarrota. A 1,5 meses das eleicões já conseguiu chegar ao empate técnico. É obra.
Há quem critique o PSD por ainda não ter apresentado qualquer programa de governo. Não me parece grave. Venca quem vencer, o programa já está escrito pelo FMI. É só seguir linha por linha para evitar que a torneira do crédito se feche.
O que já todos devem ter percebido é que no PSD ninguém se entende. Pedro Passos Coelho bem tenta a pose de estadista mas os tiros no pé sucedem-se. Diz em Portugal que o PEC IV era muito duro e por isso o PSD não aprovou. Em Bruxelas diz que era muito suave. Escreve que não aumenta impostos, diz que aumenta. Apoia todos os PECs (até os barões não aguentarem mais a sede de poder) e agora diz que o FMI devia ter vindo mais cedo. Disse que o SNS deveria ser privatizado e agora já diz que devemos proteger a saúde. Enfim, o homem anda perdido. Ao mesmo tempo vê-se desautorizado pela ala Cavaquista (por exemplo na barraca com o Fernando Nobre) que não quer grandes misturas mas vai-se colocando a jeito para a negociata. Perde um ponto de cada vez que aquele insuportável Relvas (quem é este gajo pá??) abre a boca e vê uma nova estrela, Diogo Leite Campos, dar largas à sua genialidade. É um partido sem estratégia para o país com um timoneiro que não sabe bem o que anda ali a fazer. E isto enquanto tudo se resume a conversa e palavras de ocasião. Agora imaginem a governar…
Sócrates, cujo óbito politico já tinha sido decretado, “manifestamente exagerado” como alguém disse, sem saber ler nem escrever volta a ter possibilidades de vencer. Dá-se ao luxo de ter listas com Lellos, Ricardos Rodrigues e gente pouco recomendável. Mas convenhamos…o homem corre contra ele próprio, pode fazer o que quiser!
Esperto, muito mais esperto, tem sido Paulinho das Feiras que, calado como um rato, tem vindo a subir nas sondagens. E o que fez para isso? Nada. Calou-se e vê alegremente a imolacão do amigo Coelho. Alguma direita desiludida que não suporta Sócrates vai oferecer-lhe a possibilidade de ir parar ao governo.
Lello, Ricardo Rodrigues, Portas, Passos Coelho e o FMI.
Não está fácil camaradas, não está fácil.
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