sexta-feira, janeiro 21, 2011

2040

Perdi 5 minutos a pensar na velhice. A idade vai passando e não tarda, como diz uma amiga minha, "estou a lamber montras com precos de andarilhos"...
Uma das coisas que me preocupa é a reforma. Desde logo porque gostava de atingir o estatuto de pensionista aos 35 anos, e, se possível, com 100% do salário.
Ah e tal mas não queres contribuir para a sociedade civil e não sei quê? Epá...não. Convenhamos...quantos de vocês conduzem um Volvo, um Aston Martin ou um Jaguar? Na melhor das hipóteses o meu trabalho, se bem feito, vai safar o Paulo Portas quando ele resolver acariciar paredes com a grelha do Jaguar. Que bem faco eu à sociedade?
Não seria bem mais útil ensinar putos em Timor a escrever ou fazer instalacões eléctricas numa aldeia de São Tomé? Eu acho que sim. E de graca.
Mesmo admitindo que não me safe disto aos 35 e que tenha que trabalhar, mais, vá...30 anos por exemplo, a reforma continua a ser uma preocupacão.
Nada é certo. Não faco ideia se algum PPR estará de pé, se os Estados para os quais descontei terão dinheiro para a minha pensão e por aí fora.
Pensei que talvez um investimento fosse a melhor hipótese de ter "algo" que funcionasse como uma garantia. Mas investimento em quê? Talvez uma casa. Mas onde?
Em Portugal existem 20 milhões de apartamentos...como é que isto ainda pode ser um bom investimento? Bom, quem percebe do assunto diz que nas zonas nobres a coisa funciona sempre. Pode ser que sim.
Juntei este pensamento a outro, cada vez mais presente, de ter um poiso certo algures. Se as contas não me falham o periodo máximo que passei numa casa foram 7 anos. É tempo de criar raízes em algum sítio e, por enquanto, o único a que consigo chamar "casa" ainda é Lisboa.
E, como gosto sempre de ter sarna para me cocar, fui beber café ao BPI, BCP e Montepio, enquanto ouvia as condicões de um empréstimo para habitacão. Nenhum deles mostrou qualquer problema. Desde que a casa fosse bem avaliada tinham a garantia que precisavam. Foi o que ouvi.
Mas...a história recente ensina que nem todos os bancos são de confianca. A minha preferência era desde o início o Montepio. Parece-me ser à prova de bala e a visita aos demais foi apenas para o confirmar.
Entretanto li esta notícia:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/tag.aspx?tag=Montepio%20Geral
Eu compreendo o que lá vem escrito. As pessoas vivem mais tempo, o retorno garantido não é possível por isso interrompem os contratos e, pormenor importante, devolvem o dinheiro todo. Não estamos perante galinheiros como o BPP ou BPN que deixaram simplemente toda a gente de mão no bolso. Mas mesmo assim...já nem o Montepio sabe o que faz. Deixa-me pensativo.
Com a crise actual e com o impacto que isso terá na economia portuguesa (crescimento nulo e 3 geracões a pagar os juros da dívida externa), quem é que consegue dar o passo certo agora prevendo o cenário de 2040? Eu não certamente....

3 comentários:

Motonauta disse...

Acho que te preocupas demasiado com a reforma. Quando chegarmos lá logo se vê, mas na última idade, acho eu, as tuas 2 principais preocupações serão:
1-Saúde;
2-Ocupar o tempo.
A saúde com o tempo vai-se indo, é certo, mas se a poupares até lá, acredita que vais ser muito mais feliz e com saúde vais ter a preocupação de ocupar o tempo.
Ocupar o tempo, se não tiveres quaisquer interesses, isso sim, vai ser muito difícil, mas não parecer ser o teu caso, por isso: don't worry too much.

Anónimo disse...

eheheheh...interesses tenho eu, mas baratos é que nem por isso :) A reforma é essencial pq n me estou a ver a jogar à sueca no jardim da estrela :)

tf

Anónimo disse...

O Zé Pedro também passou por uma aventura em “Casas para venda” e chegou à brilhante e inaudita conclusão que, em Portugal, com subornos, tudo se consegue.
http://nunoanjospereira.wordpress.com/as-aventuras-do-ze-pedro/casas-para-venda/