segunda-feira, agosto 30, 2010

Abram espaco na sopa dos pobres


E falando em beber o café da manhã e mastigar uma sandocha de mozzarela enquanto leio as notícias, gostaria de partilhar aqui uma ligeira urticária.
Uma não, duas.
Esta novela dos incêndios que se repete ano após ano não deixa ninguém a pensar? São as matas sujas, o fogo posto para sacar dinheiro dos seguros ou construir na área ardida, são os maluquinhos usados para atear o fogo, são alguns repetentes que vão à esquadra e seguem para o incêndio seguinte, etc, etc. Já sabemos isso tudo...mas, há alguém com poder de decisão que esteja com vontade de fazer alguma coisa a esse propósito ou vamos apenas repetir as "entrevistas em directo do local onde o fogo ameca aquela aldeia" , ano após ano, até arder o último arbusto em Portugal?
Fazer um cerco a quem tenta construir na área ardida e penas de prisão (que se vejam) para quem inicia o fogo, eram formas de comecar. Hoje em dia passa a mensagem de que o crime compensa. Limpar as matas é como limpar a boca depois de comer esparguete à bolonhesa. Acho que nem vale a pena dizer. Outra ideia seria uma passagem no resort do Linhó para os autarcas que aceitam as caixas de robalos a troco de um alvará de construcão na área consumida pelo fogo. Uhhhhh...mas isto era uma trabalheira.
Mas, se a notícia do fogo em Agosto e quase tão velha como a dos atentados em Bagdad, a das farmácias é nova. Pelo menos para mim.
Leio por aí que a associacão nacional de farmácias, na pessoa do seu presidente, João qualquer coisa se a memória não me falha (aquele que tem uma barba como a do D.Quixote), se queixou da situacão actual e do panoramana das farmácias em Portugal. Li queixas dos genéricos, do preco tão baixo de alguns medicamentos que nem podem ser comercializados, dos volumes de vendas que ficaram muito aquém do esperado e por aí fora. Cito de cabeca, mas julgo ter lido a palavra "dramática" para adjectivar a situacão.
Bem sei que quem não chora não mama, mas pergunto-me...o que quererá esta gente? Um apoio do governo? Alguém vai tentar convencer a opinião pública que a venda de remédios pode ter uma crise? Existirá alguém neste planeta que não precise de fármacos? Bom...melhor que isso só vender oxigénio engarrafado na Atlântida.
Se a ANF disser "os lucros não foram tão monstruosos como queríamos" ou "durante dois meses tivémos que beber Cartuxa normal em vez de Reserva", tudo bem, estão a ser sinceros e até sou capaz de ir a correr comprar uma caixa de Aspegic, do 1000, que o outro é tão eficaz como um corta-unhas num olival. Agora...com a cantiga do bandido é que não. Bem bastam os bancos, as seguradoras e o Nogueira.
Vejam lá isso rapaziada. Chorar tudo bem, mas com moderacão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que há uma lei qualquer que protege os sobreiros. Foi badalado na televisão o abate de meia dúzia de exemplares em área protegida, a propósito da construção. O meu cunhado trabalhou lá na zona e não foram meia dúzia, foram dezenas. Eu era vendedor de piscinas e lotes para construção, não é “eram” mas sim “são” mais de oitocentos. Sim, em área protegida de sobreiro.
Associação Nacional de Farmácias? Fica com 2% da receita da caixa.