Comeca o ataque cerrado à funcão pública.
Pode ser visto como uma forma de "amansar" quem mais contestou o actual governo. "Porque se queixam tanto se têm melhores condicões do que os restantes parceiros europeus?", pensará alguém num ministério. Pode ser que se traduza em votos. Talvez.
Os do privado comecarão a desfilar as habituais queixas dos direitos adquiridos, etc.
É certo que a nossa gigantesca funcão pública vive em 2009 como se o calendário tivesse parado em 1950. Mas essa não é a principal questão (gosto sempre de pincelar com uma frase do Pacheco Pereira).
Pouco importa se um funcionário público trabalha 35 horas ou se um privado trabalha 50. O que conta é a produtividade.
Os alemães têm uma filosofia que assenta no princípio: "se não consegues em 8h é porque és incompetente". Talvez seja um pouco radical, mas todos sabemos que a produtividade não é o nosso forte.
Quantos não passam 10h por dia no trabalho a vaguear pela net com pausas para café? Nada de sair antes das 19h porque o chefe fica chateado. O que importa é estar lá. Produzir não é verbo que se conjugue. De que vale então o horário cheio de horas? Nada.
Quem já trabalhou no sector privado sabe perfeitamente que horas e trabalho nem sempre estão no mesmo comprimento de onda (aqui já optei por uma pincelada mais técnica).
Não é de todo justo adjectivar os funcionários públicos, como um todo, de calões. E não é certamente por se trabalhar no privado que o suor escorre em bica. Conheco bons e maus exemplos de ambos os lados e não devo ser o único.
A chave aqui é a produtividade. No sector público tudo é feito em cima de dinheiro dos contribuintes por isso é natural que cada um de nós se sinta no direito de exigir. Já no sector privado, mesmo com as dezenas de casos de injeccão de dinheiro nosso, ninguém se queixa (sendo a Liscont o último e mais escandaloso exemplo).
Razões que a própria razão desconhece, como diz o poeta.
Mas voltando ao artigo do jornal.
É indiferente se os funcionários públicos trabalham 35h ou 40h desde que sejam produtivos e, já agora, simpáticos quando atendem ao público.
A equacão é relativamente simples. É necessário reduzir o quadro de funcionários públicos, acabar com esse conceito do emprego para a vida e estimular a produtividade com promocões por mérito em vez da aberracão da antiguidade. Tudo o resto são pequenas gotas no oceano.
1 comentário:
tal & qual!!!!!
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