quarta-feira, julho 08, 2009

De borla

Um amigo chegado, jornalista de profissão, pediu-me ajuda para pesquisar anúncios de emprego.
"Google + Jornalista " e dei com muito mais vagas do que imaginaria. Pensava que a profissão andava pelas ruas da amargura. Mas não. Há vagas um pouco por todo o lado. Jornais, revistas, rádios e até televisão (em Queluz de Baixo...qual será?). Comeco a passar os olhos e reparo que todas as vagas têm algo em comum, a palavra "grátis".
Azar dos azares, aplicada ao trabalho.
Uns pedem estagiários, outros dizem "part-time".
Alguns anunciam "contracto temporário", outros há que usam o termo "experiência".
Li nos requisitos "capacidade de desenrascanco" e "flexibilidade para turnos e trabalho sob pressão".
Há quem queira fluência em Inglês, Castelhano e Francês (assumem que Português é oferecido...) e outros mais originais acompanham com boa apresentacão e foto de corpo inteiro.
A única coisa que ninguém quer é pagar.
Li um que dizia "trabalho voluntário" e outro, mais dado às massas, "de borla".
Venham de lá esses jornalistas, redactores e editores dispostos a tudo. Até a trabalhar sem receber.
Como é que vocês pagam a renda pá?
Ou vivem todos com os pais?
O que dizer ao meu amigo?
"Ainda estás a tempo de estudar engenharia civil e participar na A89", é a minha aposta.

4 comentários:

Sávio Fernandes disse...

É capaz de ser mesmo o melhor conselho.
Na semana passada, foram mais 19 do "Metro" arranjar umas caixas de cartão.
E eu cá já ando a praticar a sinalética com os braços e o "destroce! destroce!" com a língua...

Unknown disse...

no meu tempo de iniciado (1993) não era a selvajaria de hoje, mas ainda estive seis meses a trabalhar de borla :o(

Sávio Fernandes disse...

saviofernandes.press@gmail.com

Se é para mandar cumprimentos ao Luís Delgado, ele já não trabalha no edifício...

Tiago Franco disse...

Não, não é :)
(mas podias ter dito mais cedo que o vias por aí!!)