quarta-feira, maio 06, 2009

O camarada Vasco

Nesse tempo longínquo em que os japoneses ainda não tinham inventado a playstation e os putos esfolavam joelhos na rua, Vasco Granja era uma referência.
Parece-me que a minha geracão via os seus programas com uma e uma só dúvida: "Falta muito para a pantera cor-de-rosa ??"
Reconheco hoje o trabalho de divulgacão e as diferentes perspectivas de animacão apresentadas.
Hoje, claro.
Na altura perguntava-me se a Roménia e a Checoslováquia ficavam no bairro do lado.
Ainda assim, Bugs Bunny, Tintin e outros marcavam a diferenca para a animacão sanguinária que hoje se consome.
Aos meus olhos pareceu-me um crescimento mais "saudável" para o qual Vasco Granja, indiscutivelmente, contribuiu.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem dito. Crescer é isso mesmo: esperar pela Pantera aos 8 anos de idade e, aos 32, fazer a justa homenagem a quem ousou mostrar novas perspectivas de fazer filmes noutras latitudes. E o Vasco bem a merece. Continuas a surpreender-me com a tua sensibilidade. Beijinhos.
Anabela

Carolina disse...

Ontem quando ouvi a notícia do desaparecimento do Vasco Granja, que tanto estimava em criança, emocionei-me ao rever imagens que me afastam da infância e que tanto contribuíram para a construção de quem sou hoje, de como observo os acontecimentos, as pessoas e os objectos.
Não gosto de ser piegas, nem tão pouco de cair em lugares comuns, mas a verdade é que bem falta fazia hoje um Vasco Granja. Tenho pena que a minha filha, hoje com outras coisas ao seu dispôr, não tenha uma referência como ele foi para a minha geração.
Eu cá vibrava com ele e conta inclusivamante a família que foi das primeiras palavras que pronunciei: "Vaco Ganja"...
Ele próprio, pelos contornos que assumiu o seu papel nas vidas de muita gente miúda e graúda, visto hoje à distância, confunde-se com tantas personagens de B.D., tornando-se indissociável de muitas delas (tal como a Pantera Cor-de-Rosa, o Pica-Pau, entre tantos outros).
Bem haja, com grande tristeza.