segunda-feira, agosto 11, 2008

A normalidade assumida



O fado do desgracado.
Outra vez.
Nunca me habituarei ao hábito de convivermos alegremente com a derrota.
Enquanto os demais cerram os dentes nós comecamos a pensar nas desculpas que justicam a desilusão.
O engracado, é que fazemos isto antes sequer de comecar a competir.
Claro que me refiro aos jogos olímpicos.
Telma Monteiro, uma das "possíveis medalhas" espalhou-se ao comprido. E aqui acho que o termo espalhar fica bem.
Nada a dizer e muito menos a criticar. Estou certo que a Telma Monteiro queria ganhar e é daquelas atletas que normalmente não se encolhem. Dá gosto ver, mesmo sendo o judo um desporto….epá…chato…para ser simpático. É claro que se esperava mais, para quem aparece no tapete como campeã da europa e vice-mundial. De qualquer forma, dias maus todos temos, por isso há que esperar pela próxima oportunidade.
Queixar-se dos árbitros e coisa e tal é que já não ficou tão bem. É a costela lusa a gritar.
Mas, o que me aborreceu mesmo foi ouvir o jornalista de servico a criar o ambiente para justificar todas as derrotas vindouras. Segundo ele, depois da derrota com a chinesa, Telma estava perturbada e por isso perdia o combate com uma espanhola (muito menos cotada!) que poderia levá-la até à medalha de bronze. Cream of the cream, segundo o mesmo, era perceber até que ponto esta derrota poderia afectar a restante comitiva. Ou seja, se os atletas com as melhores marcas do ano (N.Évora e N.Gomes) não chegarem a uma meldalha é porque a Telma Monteiro não se safou no ippon. Se a V. Fernandes que pulveriza os adversários há alguns anos a esta parte não chegar a uma medalha é porque a Telma não sei quê, não sei quantos. Perder, mesmo para os melhores é algo que se comeca a justificar antes deles calcarem os ténis. É a mentalidade reinante na nacão. Podíamos destes isolados exemplos extrair mais uns quantos do nosso quotidiano e em diversas áreas. A derrota é sempre assumida como natural, a vitória fica para os outros. Em português correcto: deixem-se de merdas pá!
Se o Pedro Álvares Cabral tivesse essa mentalidade, sempre queria ver como é que hoje iam para Fortaleza com tudo incluído por 100 cts (sim, para mim "o conto" é que é a moeda!).
Há mesmo atletas que nem chegam a justificar o duche que tomam em Pequim. Uma miúda do badminton, cujo nome não me lembro, entrou em competicão na manhã do primeiro dia. 20 minutos depois estava despachada para voltar para Lisboa. Tudo muito bem que se perca e tal, epá, mas vai a pequim levar uma tareia de 2 sets em 20 minutos?? Diziam ao Vicente Moura para vestir um calcão e ir atrás da pena e ficava tudo na mesma. Quem sabe até aguentava 25 minutos e ainda poupavam um bilhete de avião. Sim, que Pequim ainda fica um pouco depois de Huelva.
Perder e ganhar faz parte do desporto e enobrece o sempre presente espirito olímpico. Só perder não entra em lado nenhum!
Toca a dar corda aos sapatos que eu quero ouvir o hino!

2 comentários:

MissangaAzul disse...

Subscrevo inteiramente.
Raio da mentalidade tuga, desculpam-se sempre por perderem, em vez de lutarem para ganhar.
Já está na altura de mudar!
Bora lá ganhar qualquer coisinha,pá!
:)

Rosa disse...

Esforcem-se. Acho que é tudo o que podemos pedir.