São 20.30h da noite. A dieta dá-me cabo da cabeca e uma alface nunca puxou uma carroca. Até porque não tem quadril. Estou com
uma fome desgracada. Decido ir ao tailandês e penso, para acalmar a consciência,
que já lá vão 24 desde que optei pelo pão escuro e mariquices do género. Talvez
seja bom fazer uma pausa e ir com calma. Qualquer dia dou em vegetariano e, sem
dar por ela, estou a adoptar criancas como defendeu parte da bancada parlamentar
do Psd. Sim, vamos ao phad tai de camarão e o resto é musica.
Todas as
cadeiras estão em cima das mesas. Pergunto no balcão: “posso-me sentar?”. O
camarada rasga um pouco mais os olhos e faz aquela cara de cólica acompanhada
de um ”uummmhhuuuuuummmmm…….fechamos daqui a 30 minutos mas ok!”.
Já nem vou
discutir o facto de um restaurante fechar às 21h. Isso está para mim como
sandes de salmão fumado ao pequeno-almoco ou penaltis no balneário. Uma pessoa
habitua-se. Faz parte da cultura local. Mas o tasco pronto para fechar 30
minutos antes…bem, já me parece integracão a mais na sociedade.
Mas enfim,
lá virei uma cadeira e sentei-me com as notícias do dia. O gajo carregou no
picante só para me entalar. E logo eu que tenho um estômago de príncipe e detesto
picante. Tudo bem. Agarrei nos pauzinhos e, com valentes goladas de
água, aproveitei cada um daqueles 30 minutos para me alambazar. Entre uns ”f@£$ # que está picante”
fui lendo o vosso relato. Parei no Banif.
O Estado “nacionalizou”
mas só detém 40%? Manda para meter dinheiro mas ouve quando é para
decidir? E o burro era o
outro? Não compreendo.
Uma linhas
depois, uma gestora qualquer recebe 1 milhão em prémios depois de rebentar com
o negócio no Brasil e usando o tal dinheiro injectado por todos? É isto?
O picante
deixou de fazer efeito e continuei a ferver.
Ainda na
semana passada anunciaram cortes nas pensões com rectroactivos e agora aparece
mais um banco a esmifrar dinheiro publico. Como é que aguentamos isto tudo?
Procuro
pelo Cavaco. Ele há-de ter algo para dizer…aqui não, ali também não, olha, no
outro também não. Parece que um conselheiro avisou a Nacão que sua santidade
tinha convocado um conselho de ministros. Alberto João disse, soprando, “não
quero mas tenho que ir”. No fim comunicam o resultado ao povo que está
esfomeado. BPN, Banif, pensões, queda do governo? Nada. Uma nuvem de O2.
O pós-troika…
Este banana
que se senta em Belém, no momento em que o nosso país está a ser assaltado em
horário nobre e com a populacão a deslizar para a pobreza, convoca os
conselheiros para discutirem o depois. O que fazer quando a troika se for
embora? “Disciplina e estimulo à economia”, dizem eles. 7 horas de reunião para
concluirem que o chão fica molhado quando chove?? Quem é que pagou o jantar
destes mancebos??
O Cavaco é
o mais inutil presidente que o meu país já viu em democracia. É o ultimo
garante de uma corja que nos assalta e que destrói as esperancas de duas
geracões para, entre outras coisas, safar os amigos do BPN (esses 127% estão a
render Anibal!) e destruir todo o Estado Social.
Eu já nem
me preocupo com a alternativa apresentada pelo PS (parece que o Jerónimo não se
importa de avancar para uma alianca). Passos Coelho, Gaspar e esta cambada de
lunáticos não podem continuar no poder, seja qual for a alternativa. É a própria troika que reconhece os
erros dos seus cálculos. São eles que avisam para os efeitos recessivos do excesso
de austeridade (um Nobel para a mesa 7 sff!!) mas, impávidos e serenos, lá vão
eles, cantando e rindo. Gaspar (o novo PM), Coelho (o garante das negociatas
para os grupos privados) e Cavaco, o homem que se emociona com as vacas dos Acores.
Merecíamos melhor
sorte do que esta merda.
Para a
próxima escolho salada.
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