Ouvir a TSF enquanto trabalho tem duas vantagens óbvias.
Uma é não perder o contacto com a língua (sim, porque com este embrulho de idiomas não tarda estou na Costa da Caparica a dizer ao mái novo: "Johan Francooo, Johan Francoooo, komma här äter uma sandochaaa !!!") e a outra é saber o que se passa no meu cantinho.
Discutia-se a "Flexiguranca" com o António Perez Metello (acho que se escreve assim...) em estúdio e os ouvintes a mandarem as suas postas por telefone.
Dizia um desempregado do Porto que na "Flexiguranca" anda ele há 20 anos entre recibos verdes e ausência de todo e qualquer direito social. Percebi a ironia e embora até ache que a flexibilidade possa ser boa para o nosso país, não me parece que ela possa existir como cópia do tão elogiado sistema dinamarquês.
Na Dinamarca, um país com pouco mais de 5 milhões de habitantes, qualquer semelhanca com Portugal será pura coincidência. É um facto que por lá o sistema é liberal qb e que a circulacão de trabalhadores não só cria mais emprego como faz crescer a economia, mas isso só acontece porque os empregadores dinamarqueses também são flexíveis. Isto significa que um dinamarquês que vá a uma entrevista de emprego com 35 anos não está excluído pela sua idade. Isto significa também que a mesma empresa permite rotatividade interna e muitas horas de formacão, aumentando o trabalhador as suas áreas de conhecimento e futuras possibilidades de emprego.
Há ainda aquele pormenor da educacão que nos entala sempre...
Os portugueses com estudos superiores rondam os 10% e destes, 20% saiem do país em busca de algo mais do que Sol e choco frito. Quer isto dizer, em tracos gordos, que ou o índice de formacão da populacão cresce rapidamente ou se mudam mentalidades e faz-se a seleccão por qualquer outra coisa que não a formacão académica. Esta já me parece mais utópica, mas há quem tenha visto elefantes a voar...
É que na Dinamarca, além da flexibilidade se aplicar às mentalidades de empregados e empregadores, ela é feita à custa de uma populacão onde 31,5% das pessoas concluiram uma formacão académica. Convenhamos que assim é mais fácil.
Copiar o modelo dinamarquês e esperar que ele funcione na nossa realidade, é como tentar fazer uma gemada de ovos Kinder.
Uma é não perder o contacto com a língua (sim, porque com este embrulho de idiomas não tarda estou na Costa da Caparica a dizer ao mái novo: "Johan Francooo, Johan Francoooo, komma här äter uma sandochaaa !!!") e a outra é saber o que se passa no meu cantinho.
Discutia-se a "Flexiguranca" com o António Perez Metello (acho que se escreve assim...) em estúdio e os ouvintes a mandarem as suas postas por telefone.
Dizia um desempregado do Porto que na "Flexiguranca" anda ele há 20 anos entre recibos verdes e ausência de todo e qualquer direito social. Percebi a ironia e embora até ache que a flexibilidade possa ser boa para o nosso país, não me parece que ela possa existir como cópia do tão elogiado sistema dinamarquês.
Na Dinamarca, um país com pouco mais de 5 milhões de habitantes, qualquer semelhanca com Portugal será pura coincidência. É um facto que por lá o sistema é liberal qb e que a circulacão de trabalhadores não só cria mais emprego como faz crescer a economia, mas isso só acontece porque os empregadores dinamarqueses também são flexíveis. Isto significa que um dinamarquês que vá a uma entrevista de emprego com 35 anos não está excluído pela sua idade. Isto significa também que a mesma empresa permite rotatividade interna e muitas horas de formacão, aumentando o trabalhador as suas áreas de conhecimento e futuras possibilidades de emprego.
Há ainda aquele pormenor da educacão que nos entala sempre...
Os portugueses com estudos superiores rondam os 10% e destes, 20% saiem do país em busca de algo mais do que Sol e choco frito. Quer isto dizer, em tracos gordos, que ou o índice de formacão da populacão cresce rapidamente ou se mudam mentalidades e faz-se a seleccão por qualquer outra coisa que não a formacão académica. Esta já me parece mais utópica, mas há quem tenha visto elefantes a voar...
É que na Dinamarca, além da flexibilidade se aplicar às mentalidades de empregados e empregadores, ela é feita à custa de uma populacão onde 31,5% das pessoas concluiram uma formacão académica. Convenhamos que assim é mais fácil.
Copiar o modelo dinamarquês e esperar que ele funcione na nossa realidade, é como tentar fazer uma gemada de ovos Kinder.
4 comentários:
O nível académico tem a sua importância... mas a vontade, natural, de se querer mesmo fazer alguma coisa, evoluir... ainda é mais importante! Portanto, na Dinamarca as pessoas têm orgulho em si e no seu modo de vida. Por isso o sistema funciona. Em Portugal, vive-se o eterno "eu tenho preguiça de fazer, mas também não quero que tu faças. E se fizeres, lixo-te!" Claro, não saímos da cepa torta.
essa punchline é um espectáculo. (hoje não me apetece pensar em coisas sérias)
O conceito da Flexigurança parece fantástico mas difícil de pôr em prática. As pessoas criam uma resistência à mudança. Habituam-se àquele horário, àquelas funções, e tremem de medo se lhes mudam a barra do Office de sítio...
De qualquer forma, tem de se começar de algum lado... Pode demorar, mas que se faça alguma coisa...
Fiquei interessada na gemada feita com ovos Kinder... Pareceu-me muito bem!
Uma gemada com ovos kinder deve ser fantástica...
A mim também me parece fantástico o modelo dinamarquês mas será que ele é mesmo adaptável??? Concordo 100% que para que o seja, há que mudar as mentalidades do empregado e do empregador... em Portugal não estaremos a falar de mais uma utopia? Pelo que me parece os empregadores estão desejosos da implantação do modelo, a meu ver para que possam abusar a seu bel prazer... Ainda não ouvi nenhuma entidade patronal falar da Flexigurança de uma forma que inspire confiança... e os sindicatos, mais uma vez, claro que se opõem, aliás é uma tradição sindical portuguesa a oposição...
E mais uma vez chegamos à conclusão que o que o país precisa mesmo é de uma revolução de mentalidades... será possível?
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