Falar
da redondinha baixa logo a audiência. Não combina com as discussões sobre o
Guernica de Picasso, os refugiados a quem insistem chamar migrantes ou, ainda
melhor, com quantos paus se faz uma canoa cheia de banqueiros e austeridade.
Eu
gosto de futebol. E não o acho um tema menor. Discute-se apaixonadamente
política, economia, cultura ou desporto. Desde que não se seja mono-temático,
por mim qualquer debate faz sentido.
Dito
isto…
O
que se passa na tv portuguesa camaradas ??
Eu
gosto de ouvir programas sobre a poda, discussões táticas, opcões de plantel e
por aí fora. Já me aborrecem mais conversas de mão na bola e árbitro ladrão
mas, a questão que se coloca é : qual é o critério na escolha destes
painéis ?
Eu
tenho uma sugestão para a base – domínio da lingua portuguesa. Ao nível da
conjugacão de verbos pelo menos. Outra característica interessante : não
ser aquele tipo de personagem a quem apetece dar pauladas de cada vez que abre
a boca. Podemos juntar não estar metido em processos de corrupcão ou ter um
tipo de discurso absolutamente repetitivo e monótono. A cereja no topo do bolo
seria, mas talvez seja demais pedi-lo, não iniciar uma frase com um “É assim”
ou verbo no infinitivo «dizer ainda que«.
É
que, para um simples e comum mortal, que tem o azar de gostar de bola, torna-se
um processo de vergonha alheia ver um programa destes. E aqui, cores à parte,
todos os clubes têm representantes que nos envergonham.
Miguel
Guedes, João Gobern, Eduardo Barroso, António Simões, Tomáz Morais, Pedro
Ribeiro, Pedro Barbosa e Rogério Alves são aqueles que mais gosto de ouvir. Também
não me desagrada o Manuel « eu digo tudo » José. Defendendo mais
ou menos as suas cores, são educados, com discurso assertivo e não ofendem
ninguém. E não aborrecem, o que também é importante num programa de televisão.
Rui
Oliveira e Costa é de um enfado que não se aguenta. Repete a mesma coisa há 10
anos e mal o homem comeca a discursar, já todos percebemos 10 minutos antes o
que ele vai dizer. Homem…já se percebeu que a arbitragem é suficiente -, os
jogadores bons e os treinadores bons +. Muda o disco e fala menos com os
bracos. E já percebemos que foste deputado e que dominas a estatística. Mete o
lado B. E não é o que é que dissesteS homem! Corta o S, cortaaaaaaa !
Rui
Gomes da Silva, Manuel Serrão, Guilherme « antes pagava-se em dinheiro« Aguiar
e Rodolfo «é assim« Reis também enervam qb à sua maneira. Mas devo dar o
benefício da dúvida ao Serrão. Desde que Pedro Guerra entrou em cena, Serrão
passou a ser uma jóia de moco. Pedro Guerra é uma personagem que, apesar de ser
do meu clube, me envergonha e irrita de cada vez que abre aquela bocarra. É um
sabujo da pior espécie que faz limpezas de imagem ao estilo norte-coreano. Há
gravacões no youtube deste artista a ligar para um programa qualquer, fazendo-se
passar por um adepto de nome diferente, a despejar a propaganda vierista.
Concorde eu ou não com tudo o que o Vieira faz no Benfica, goste mais de umas
coisas e menos de outras, tenho no entanto de algo a absoluta certeza :
nunca, em galáxia alguma, uma avantesma destas pode falar numa televisão de
canal aberto em nome do Benfica. É uma vergonha e um enxovalho semanal.
Pior
do que este Pedro Guerra, ou vá, a par e passo, está o Inácio. Nunca tinha
reparado, porque também não tinha perdido mais do que 5 minutos a ouvi-lo, que
este rapaz faz o Manuel Fernandes parecer um poeta. Em cada frase dá 7
calinadas entre um clássico «tás a ceber ?«. ProntS Inácio ? FizestS
e depois não pagáTeS ? Não Inácio, não ‘tou a ‘ceber como é que falas 2
horas por semana em horário nobre.
Temos
que criar nos estúdios de TV um ambiente de tasca só porque o assunto é bola ?
Por favor…tirem-me os pregos, como dizia o poeta da Nazaré.
Não
podem meter o Carlos Daniel, o Guedes, o Gobern e o Barroso/Alves nos 3 canais ?
Dito
isto, não quero acabar este misto de Eduardo Cintra na TV Guia com Rui Santos
no iPad, sem dar os parabéns ao FóCulDoPorto. Parece que fizeram ontem 122 anos
e eu não quero deixar passar a efeméride. Ao contrário dos meus camaradas
Gloriosos, não fico nada chateado com a falsificacão da data. Aliás, até acho
bem. Por alguma razão os nossos rivais acham que, se conseguirem criar a ilusão
de que foram o primeiro clube a ser formado em Portugal, ganharão nova
dimensão. E por mim tudo bem. Só o facto
de o tentarem já mostra que 1904 é a data a abater.
Além do mais, tendo em conta o
que já falsificaram nas últimas décadas, uma simples data até vai de borla.
Cada um é aquilo que deseja ser, não há limite para o sonho. Não é isso que
ensinamos aos nossos filhos? Não lhes dizemos que o Dartacão existia mesmo quando
eles desconhecem Dumas? Porque razão não pode Jorge Nuno festejar a data que
bem lhe apetecer? Não
nos atrapalhemos por essa coisa cheia de detalhes chamada realidade.
Parabéns
Jorge. Pela forma como saltas décadas, chegas aos 300 não tarda.
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