Voltou o casaco

Ora...pensem lá bem nisto: comer um chocolate com amendoins e ganhar uma estadia, de uma semana, nesse exótico e solarengo país chamado Portugal. É, parece-me, uma razão válida para fingir que um "snickers" e um chocolate têm pontos em comum.
Regressei à vida segundo a tabela socialmente definida para tal. Acordar cedo, falar com estranhos, ver gráficos e tabelas de "to do". Pagar contas, deixar o miudo na escola, resolver problemas.
Ui...problemas. Como eu adoro problemas. Chegar de férias e ver a vida ao contrário. A-D-O-R-O.
A rotina aborrece-me. Dizem-me.
Voltou a bola. A minha. Correr atrás dela e pensar nas pratadas do último mês. Que sofrimento...
Voltou o Benfica também. Mas ainda não consegui olhar. Parece que estou a ver um acidente daqueles que mete tripas e tudo. Aliás, vou fazer um favor a mim próprio: até Jesus sair e Marco Silva do Estoril entrar, vou continuar a seguir o hóquei no gelo (mas lagartada...vocês não são os nossos adversários está bem? Metam lá isso para dentro).
Sigo a tradicão. Ligo a TSF e entro no mundo. Há incêndios (olha, não esperava!!), há piropos legislados, o Borges morreu (e ao que parece passou a ser um herói), o Seara afinal pode, mais 10% de cortes nos salários e, diz a CNN, Obama descobriu que existe um país chamado Síria.
No fundo, como dizia um querido amigo, mudam os nomes mas as notícias são as mesmas.
Já chove. É inverno em Gotemburgo. Vejo calcas e casacos. Eu não. Continuo com os calcões. Ninguém me convencerá a vestir um par de calcas antes de Outubro. Ponto final.
Entro numa reunião com 7 suecos. Sim, de calcões. Todos são "manager", "team leader" ou qualquer coisa que, traduzindo, significa que o seu trabalho é ler o mail e aparecer em reuniões. Discutem os 7 sobre o "projecto". Precos, prazos, condicões e o produto. No fim, cada um salta para outra reunião e o "projecto" arranca. Olha...estou só com este computador! Mas...parecíamos tantos na altura de falar. Adoro o conceito do "nós fazemos".
Venha de lá mais este ano laboral em terras de Odin. O oitavo. 14 anos para a reforma.