Um dos casos que anda a chocar a opinião pública em Gotemburgo aconteceu há umas semanas e está ligado ao terrorismo internacional.
A polícia entrou em casa de um muçulmano que, em frente aos 4 filhos, deitado no chão e integralmente nu, foi interrogado com armas apontadas à cabeça. A razão do aparato prendia-se com uma suspeita de bomba.
A violência da cena deixou traumas nas crianças que desde então mal conseguem dormir e claro, no próprio.
O problema maior é que o camarada em questão estava inocente. A única coisa em comum com terroristas era a nacionalidade que por enquanto ainda não é crime. A polícia cometeu uma argolada das antigas. Os comentários que se seguiram foram de forte condenação às forcas de segurança, como não podia deixar de ser.
Eu tenho alguma dificuldade em alinhar na mesma onda.
Certamente não gostaria de estar no lugar daquele pobre desgraçado e lamento pelo drama vivido, mas, sendo o terrorismo uma ameaça sombra, como é que pode ser combatido sem falhas? É impossível. A não ser que a Al Qaeda abra uma conta no facebook ou que os terroristas andem todos com o uniforme de Guantanamo, não estou a ver como é que o combate pode ser isento de falhas.
Isto prova, entre outras coisas, que vivemos tempos estranhos e confusos. Um muçulmano, só pelo facto de o ser, é um permanente alvo de suspeita e um não-muçulmano, só por estar num país cujo governo apoia os EUA, é um permanente alvo de atentado. No meio disto os serviços secretos tentam fazer milagres. Sim, porque tendo em conta as ameaças, a quantidade de locais e as possibilidades de execução, impedir um atentado é um pequeno milagre.
Mundo mais rafeiro este em que vivemos.
Entretanto ouvi uma explicação técnica para o caso de Gotemburgo. Muitas das escutas são feitas por computadores com programas que detectam palavras-chave ("bomba", "explodir", etc).
Este camarada devia estar a discutir bola com um amigo e disse qualquer coisa do género: "Aziz, o Al Ambique levou 5 batatas do Al Guidar, estou tão em brasa que só me apetece explodir com o treinador". Quando se virou já estava a tropa a entrar pela janela.
Há duas formas de resolver este problema das ameaças terroristas. Eu, como amigo que sou, entrego as soluções numa bandeja.
A primeira é a mais simples e nem sequer é original. Dividimos o mundo ao meio e assinamos uma tratado a que eu chamaria "Tordesilhas, the Return". De um lado muçulmanos, do outro lado não-muçulmanos. E ninguém podia cruzar a linha. Dois mundos paralelos mas sem qualquer comunicação. Sendo eu o autor da proposta do lado não-muçulmano ficaria o oceano índico e o mar do caribe. Fidel ficaria tão encantado com a minha sugestão que me ofereceria Cayo Largo. Eu de imediato aceitaria e levaria comigo a população de Mértola, iniciando uma minoria portuguesa no Caribe que 200 anos mais tarde tentaria a independência. O lema na nossa bandeira seria "Se resultou no Kosovo, aqui resultará também".
A outra opção, muito mais complicada, é entregarem o desenvolvimento do sw das escutas a engenheiros portugueses. Ninguém como nós sabe a dificuldade de associar o som de uma escuta a uma decisão judicial.
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