O arranque oficial do projecto onde estou a trabalhar aconteceu agora por estes dias.
Significa isso que nos sentámos à volta de uma mesa, vimos as caras uns dos outros e atentamente seguimos o cursor que, deslizando numa tabela excel, nos dizia quem fazia o quê, de que forma e com que custo.
Percebi então que o cliente que encomendou este projecto pagou, pelo trabalho de 2,5 pessoas durante 5 meses, um T1 na Expo. Daqueles com vista, não os outros que já ficam para lá dos Olivais.
Na outra folhinha excel vi quem eram as 2,5 pessoas. Parei de contar depois do número 6. Um trabalhava a 10%, outro a 25%, outro a 50% e por aí fora. Apenas um "recurso" está alocado a 100% a este projecto. Não vou dizer nomes mas pelo que percebi é um gajo que não gosta do Roberto. Nesta parte perdi-me um pouco. Estava a tentar perceber como é que alguém trabalha a 10% num projecto...como é que se faz? Aparece na altura do café? Está disponível para falar quando nos cruzamos no corredor? Enfim, claramente areia demais para a minha "furgoneta".
Depois vi a distribuicão de tarefas. Tendo em conta a percentagem anterior era fácil de adivinhar. No meu guia de trabalho estão descritas as 21 ferramentas de software com que terei que trabalhar. Vinte! E mais um. Maior parte da responsabilidade é, por consequência de tudo o resto, também minha. Até aqui tudo bem. Não há evolucão sem risco e responsabilidade, como tal, podem carregar que eu não me queixo.
Então...mas...e o bolo? Como é que estamos de fatias? Huuumm...menos bem, menos bem. 30% do orcamento serve para pagar essas 2,5 cabecas e o resto é para cobrir os gastos com as chefias, carros de servico, o luxuoso edificio onde trabalhamos, as secretárias, o spa e por aí fora. O normal numa grande organizacão. Nada contra (especialmente na parte do Spa!!). Apenas constatando.
Mas...se o cliente paga um T1 pelo meu trabalho e mais uns pozinhos de um ou outro colega, quanto é que chega a mim? Epá, o suficiente para a louca da casa de banho do T1. Se for louca da fábrica de Sacavém. Villeroy & Boch já é outro campeonato.
Enquanto estes pensamentos faziam ricochete nas paredes do meu limitado cérebro, recebia dois telefonemas com propostas de trabalho. Como achei muita fruta dei um salto ao Monster e reparei que o mercado comecou aos saltos outra vez, ou seja, a crise está a desaparecer por estes lados e os próximos anos vão ser, tal como 2006 e 2007, de fartura.
Todo este embrulho resultou numa palavra "freelancer".
Por várias razões. Primeiro porque a liberdade é maior. Eu escolho em que projecto quero entrar e decido os prazos. Estando o mercado em alta, o risco de não ter uma organizacão por trás de mim é quase nulo porque a qualquer momento posso voltar. É quase como nadar sem pé mas com uma bóia. Depois, e mais importante do que tudo, o facto de receber mais por cada projecto, dá-me a possibilidade de trabalhar menos dias por ano e ter o mesmo salário que tenho hoje em dia trabalhando os 340 dias da ordem. E esta é a parte que realmente me agrada. Mais tempo livre, mais tempo com o Diogo.
Claro que valorizo a seguranca de pertencer a uma organizacão e nem sei se esta ideia faz sentido, mas, nesta altura da minha vida, não há nada mais importante do que o tempo.
Tempo com o Diogo, tempo para mim.
Significa isso que nos sentámos à volta de uma mesa, vimos as caras uns dos outros e atentamente seguimos o cursor que, deslizando numa tabela excel, nos dizia quem fazia o quê, de que forma e com que custo.
Percebi então que o cliente que encomendou este projecto pagou, pelo trabalho de 2,5 pessoas durante 5 meses, um T1 na Expo. Daqueles com vista, não os outros que já ficam para lá dos Olivais.
Na outra folhinha excel vi quem eram as 2,5 pessoas. Parei de contar depois do número 6. Um trabalhava a 10%, outro a 25%, outro a 50% e por aí fora. Apenas um "recurso" está alocado a 100% a este projecto. Não vou dizer nomes mas pelo que percebi é um gajo que não gosta do Roberto. Nesta parte perdi-me um pouco. Estava a tentar perceber como é que alguém trabalha a 10% num projecto...como é que se faz? Aparece na altura do café? Está disponível para falar quando nos cruzamos no corredor? Enfim, claramente areia demais para a minha "furgoneta".
Depois vi a distribuicão de tarefas. Tendo em conta a percentagem anterior era fácil de adivinhar. No meu guia de trabalho estão descritas as 21 ferramentas de software com que terei que trabalhar. Vinte! E mais um. Maior parte da responsabilidade é, por consequência de tudo o resto, também minha. Até aqui tudo bem. Não há evolucão sem risco e responsabilidade, como tal, podem carregar que eu não me queixo.
Então...mas...e o bolo? Como é que estamos de fatias? Huuumm...menos bem, menos bem. 30% do orcamento serve para pagar essas 2,5 cabecas e o resto é para cobrir os gastos com as chefias, carros de servico, o luxuoso edificio onde trabalhamos, as secretárias, o spa e por aí fora. O normal numa grande organizacão. Nada contra (especialmente na parte do Spa!!). Apenas constatando.
Mas...se o cliente paga um T1 pelo meu trabalho e mais uns pozinhos de um ou outro colega, quanto é que chega a mim? Epá, o suficiente para a louca da casa de banho do T1. Se for louca da fábrica de Sacavém. Villeroy & Boch já é outro campeonato.
Enquanto estes pensamentos faziam ricochete nas paredes do meu limitado cérebro, recebia dois telefonemas com propostas de trabalho. Como achei muita fruta dei um salto ao Monster e reparei que o mercado comecou aos saltos outra vez, ou seja, a crise está a desaparecer por estes lados e os próximos anos vão ser, tal como 2006 e 2007, de fartura.
Todo este embrulho resultou numa palavra "freelancer".
Por várias razões. Primeiro porque a liberdade é maior. Eu escolho em que projecto quero entrar e decido os prazos. Estando o mercado em alta, o risco de não ter uma organizacão por trás de mim é quase nulo porque a qualquer momento posso voltar. É quase como nadar sem pé mas com uma bóia. Depois, e mais importante do que tudo, o facto de receber mais por cada projecto, dá-me a possibilidade de trabalhar menos dias por ano e ter o mesmo salário que tenho hoje em dia trabalhando os 340 dias da ordem. E esta é a parte que realmente me agrada. Mais tempo livre, mais tempo com o Diogo.
Claro que valorizo a seguranca de pertencer a uma organizacão e nem sei se esta ideia faz sentido, mas, nesta altura da minha vida, não há nada mais importante do que o tempo.
Tempo com o Diogo, tempo para mim.
Com a crise a desaparecer e o risco a baixar, porque não? Se não funcionar, volto ao ponto de partida.
Agora, como é que isto se faz? Isso é que já não sei.
Não posso pensar em tudo ao mesmo tempo.
Agora, como é que isto se faz? Isso é que já não sei.
Não posso pensar em tudo ao mesmo tempo.
4 comentários:
Olá Tiago,
Se quiseres trocar umas ideias sobre o que precisas para trabalhar como "freelancer", pede o meu mail ou contacto de MSN à Inês (AssimMeEncontro) ;)
Para teres uma ideia do mercado, na Europa, para mim o melhor indicador é o jobserve.com, filtra pela tua área de especialidade e por "contract".
Abraço,
Rui
(um pouco mais a Sul, em Malmö)
Isso é que uma dica, obrigado!
(Eu sei onde é que tu estás :))
Ó Inêêêês!!!
TF
Depois de ter lido a parte das 2,5 cabeças e saber que o gajo que não gosta do Roberto é que está a 100%, quando cheguei à parte de que 30% é para pagar as cabeças e o resto é gasto em "gestão de projecto", sem ainda ter lido o resto do texto, "freelancer" foi também a palavra que me ocorreu...
Está a calhar-te o papel da formiguinha, então só é justo que não tem contentes pela casa-de-banho do T1.
Parabéns Tiago! Boa sorte, aperta contigo! Que tudo te corra pela melhor! (21?! F*#@-&")
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