segunda-feira, abril 12, 2010

Um cornetto para ti, um cornetto para mim, olá, olá e a vida sorriiiiiii


Se há coisa bonita e que aprecio a uma segunda-feira de manhã é esse tão nobre sentimento, a solidariedade.
Entre pessoas é belo, entre países é harmonia, entre países miseráveis é apenas estúpido. Pelo menos para um dos lados...
Leio no Expresso que no um-dó-li-tá-cara-de-blá-blá da reunião entre os países da UE calhou a Portugal contribuir com 770 milhões para a ajuda à Grécia.
Ora...isto deixa-me a pensar. E logo a esta hora da manhã, ainda em "sleep mode" e a sonhar com esses 24 graus que vocês receberam de bracos abertos desse lado. Não é simpático.
A Grécia, que juntamente com Portugal convém dizer, é o único pais, entre aqueles que aderiram à UE ainda no séx.XX, que continua a receber ajudas monstruosas e não mostra sinais de evolucão. Corrupcão e gestão danosa (onde é que já ouvi isto) de fundos comunitários, arrastaram o país durante duas décadas na cauda da Europa (com quem, com quem?) culminando na bancarrota e neste espectáculo deprimente de esmolas e FMI. A criacão da UE (CEE na altura), tinha como principal objectivo fortalecer uma zona económica que respondesse ao domínio americano, usando para isso uma coligacão de países europeus. A forma de crescimento económico era relativamente simples de perceber. Os mais ricos "emprestavam" dinheiro aos mais pobres e em troca, colocavam empresas e/ou servicos nesses países com mão-de-obra mais barata. Todos lucravam (uns mais do que outros, mas adiante). Assim, países pobres (na altura) como Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda, etc, recebiam o grosso dos fundos e abriam o quintal para todas as Autoeuropas que os mais desenvolvidos quisessem instalar, com mão-de-obra barata e electricidade grátis. Mais coisa menos coisa.
Ora...20 anos depois, todos os países pobres se desenvolveram, criaram riqueza e comecaram eles também a contribuir para os novos membros que entretanto aderiram (países dos balcãs, leste, etc). Espanha e Irlanda são os melhores exemplos. Todos? Não. Dois países, minados pela corrupcão e xico-espertismo não ultrapassaram a fasquia do crescimento zero. Nós e os gregos.
Não é por isso de estranhar o que está a acontecer aos gregos. Há um ano, uma amigo economista alertava-me para o facto de os nossos indicadores económicos darem todos os indícios de que o "FMI está a caminho". Na altura isso parecia-me de todo impossível. Hoje já vejo com naturalidade que a 2a parte da tragédia grega ocorra em Portugal.
Mas, no meio disto tudo, com o PEC a apertar a classe média (quem mais?), com milhões a saírem para buracos sem fundo como a TAP, a CP e toda a máquina estatal, com o estado a garantir 14 meses de salário a quem trabalha 12 meses (não conheco outro país onde isto aconteca), com gestores públicos a ganharem mais que o Steve Jobs (sim, é uma empresa privada mas com monopólio de mercado), com contratos milionários assinados por ministros com empresas privadas e geridos pelos mesmos quando saltam para o outro lado (ponte, contentores, etc), com quilómetros e quilómetros de alcatrão que não servem para nada, com submarinos e luvas por todo o lado...digam-me...onde é que ainda arranjam dinheiro para emprestar à Grécia? Não temos sarna suficiente com os nossos problemas? Vamos aumentar a dívida externa para emprestar dinheiro aos nossos "irmãos" de esperteza saloia?
Eles que vendam as ilhas aos alemães como ao que parece algum ministro sugeriu!
Não há nada pior do que uma segunda-feira sem esperanca.

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