sábado, março 20, 2010

Com teclado português, cedilhas e coiso


Eu sei que quinta-feira já está arrumada naquele canto das memórias onde estão Vata, Bayer Leverkussen, Isaías e Arsenal, mas apetece-me juntar umas letras.
Já mastiguei a exibição e antes da taca da liga queria dizer que, o que aconteceu no Velodrome há 2 dias foi um pequeno espectáculo, a fazer lembrar outras décadas.
Tudo estava contra. O resultado da 1ª mão, o ambiente no estádio, a evidente qualidade da equipa do Marselha, um golo contra a corrente do jogo a 20 minutos do fim e um árbitro caseirinho como há muito não via.
Perante as adversidades o Benfica respondeu com classe e confiança. Sem choradinhos ou desculpas. Correram e jogaram mais do que o adversário, tal como em 90% dos jogos da presente temporada.
Eu, sozinho em frente à televisão gritei. Acho que cheguei a dar algo parecido com uma cambalhota.
Há muita qualidade neste plantel mas há principalmente muito mérito de quem o conduz. Jesus é o senhor, como aposto que disse o Kardec no momento que a foto documenta.
Quique Flores não conseguiu com uma equipa recheada de talento (não tinha Javi, Saviola e Ramires, mas tinha Suazo, Reyes e Katsouranis) atingir os mínimos e também por isso, há que valorizar o que agora está a ser feito. Não basta ter ovos, há que saber fazer a omolete.
E eu que apreciava a postura de Quique e que olhava com desdém para Jesus, sou obrigado a comer as minhas palavras e a reconhecer que, pouco importa o aspecto ou a arte de comunicar com os jornalistas, o segredo está no balneário e aí Jorge Jesus parece saber o que faz. Venham de lá essas goleadas e até a pastilha de boca aberta já marcha!
O jogo de Marselha ficará para a história e dará aos franceses mais um ódio de estimação. E se há coisa boa na vida, depois de irritar espanhóis, é irritar franceses.
Na fase seguinte virá o adversário mais cotado. Talvez esteja nas nuvens mas acho que os ingleses vão levar para contar. De qualquer forma, aconteça o que acontecer, há de novo orgulho e alma benfiquista, aqui, aí ou em qualquer parte do mundo onde esteja um adepto.
Só pela devolução do "Glorioso" ao seu lugar na história já estou agradecido ao trio Vieira/Costa/Jesus. Claro que, como "doente" da causa que sou, encaro com naturalidade a conquista do campeonato, euroliga e taça da liga. Mas isso sou eu que deixei de ter os pés na terra definitivamente.
Amanhã há mais, espero eu.

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