Andei por Mercurio nos últimos dias. Em servico.
Gente simpática, praias óptimas e boa gastronomia.
Fazem um bom bacalhau lascado.
Clima um pouco quente e seco para o meu gosto.
Mas não há sitios perfeitos, todos sabemos disso.
E o que acontece quando volto?
O Glorioso já perde pontos, a justica portuguesa não anunciou qualquer sentenca e o Berlusconi tem menos dois dentes na placa.
Já era sem tempo. A placa, não o Glorioso. E logo com um souvenir de Milão. Uma réplica não sei de quê. Há espectáculo, mas também há requinte.
Ah, e eu levei outra multa por ter parado 2 minutos enquanto fui comprar um papo-seco. Sempre gostei desta palavra.
Papo-seco. É assim que se escreve? Não me apetece verificar.
Mas porque será que se chama papo-seco? Porque ficamos com a goela seca depois de o comer? Porque absorve os restos que estão espalhados no papo e o deixa seco? É contudo uma palavra fascinante que me transporta para a minha infância e para aquelas sandes de manteiga com acucar regadas com ovomaltine. Bochechas bem cheias e aquele bolo alimentar aos saltos como quem mistura cimento. A mim nunca me enganaram com essa do mastigar e só depois beber. Como é que fazia a acorda cá dentro sem esse ritual?
Mas hoje em dia já é diferente. Primeiro o papo-seco, depois o guardanapo na beicola e só depois o café. Impecável nas extremidades do copo. É praticamente uma tese sobre a evolucão humana que poderia desenrolar por mais umas dezenas largas de linhas.
Mas já chega de cultura.
Falemos de aterragens. Esse tema que cativa milhões e inspira poetas pelo mundo fora. Ponto de partida: o sistema de navegacão é a maior invencão do séc.XX. À frente, ainda que por pouco, da lavagem sem água e um pouco mais distante da coca-cola fervida para desentupir canos.
Quando um avião aterra numa pista que dista 10cm das nuvens, eu dou gracas aos céus pelo gajo que se lembrou de fazer triangulacão de satélites (google it) para localizar anti-aéreas russas.
Deus te pague. A ti e aos russos por esconderam tudo tão bem.
E já que falamos em russos há que dizer o seguinte. Sabiam vossas excelências que o Estaline alterou a história em momentos chave? Por exemplo, durante a revolucão bolchevique ele aparece (na literatura e nos filmes) ao lado de Lenine numa posicão de destaque. Na verdade ele nem sequer estava em Moscovo nessa altura.
Já sabia que ele tinha sido um talhante, agora, estas alteracões grosseiras já me parecem um pouco mais saloias.
Vi há pouco tempo um documentário sobre a vida deste carniceiro (insónias de novo...) e por lá descobri algumas coisas inacreditáveis. Por exemplo, o medo de perder o poder era tanto que num determinado congresso do comité central, depois de ser eleito com alguns votos contra dos delegados e não sabendo quem tinha votado contra, optou por os matar a todos e acabar com a dúvida. É por estas e por outras que não acredito que Cunhal, ele próprio vítima dos "Gulags" portugueses, quisesse impor um regime estalinista. Mas é apenas uma conviccão. Provas não existem.
Mas uma coisa é certa, tenho que arranjar qualquer coisa para adormecer que não faca referência aos esfomeados da Ucrânia ou aos fuzilamentos.
Claramente a vida já foi mais complicada…
Seguindo o raciocínio que me trouxe aqui, ou seja, dizer coisas sem sentido, vou mudar o tema novamente.
Algo mais alegre.
Prendas de natal.
Estivesse no concurso miss universo e diria que este natal queria paz no mundo e arroz em África. Mas como não estou para utopias lembrei-me de uma prenda que há muito procuro. Um livro de receitas típicas portuguesas. Nada de fusões, nada de nouvelle cuisine, nada de saladas com rúcula, nada que ocupe pouco espaco no prato e traga uma fruta cortada em forma de rosa. Clássicos. O bacalhau, as massadas, as acordas, o cabrito, o peixe assado….coisas que enchem a barriga e que gritam por um tinto de Pias.
Agora digam-me lá…onde é que encontro tal preciosidade? Na Fnac? Bertrand?
E pronto. Já não me apetece falar convosco.
Divagam muito.
Irra.
1 comentário:
Caramba Tiago, é mesmo bom ler-te :)
(E pronto, fui breve no comentário porque para chato já bastas tu!)
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