Fiquei desconfiado quando vi João de Deus Pinheiro nas listas para o parlamento português. No caso dele era claramente um passo atrás. Não pelos seus méritos ou competências mas sim pelo enorme tacho que tinha em Estrasburgo. João de Deus Pinheiro conseguiu ganhar o título de segundo deputado com mais faltas no parlamento europeu. Acho que o primeiro classificado foi um belga que morreu a meio da legislatura.
Tinha uma vida de luxo com ajudas de custo e horário de trabalho imbatível. Segundas e tercas de molho, quartas no parlamento, quintas no spa e sextas só até às 11h para apanhar o avião para a Portela.
Então para quê voltar ao rengo-rengo do parlamento nacional?
A resposta é simples. Deus Pinheiro apostou na vitória de Ferreira Leite e num lugar de ministro.
Perdeu a aposta. E o que fez? Respeitou o voto dos milhões que tiveram confianca na lista do PSD? Não.
Abdicou do cargo 30 minutos depois de entrar na assembleia. Seria caso para rir se não fosse sério. Isto é quase um caso de polícia. Não há respeito pelo lugar de deputado e muito menos pelos eleitores. Há que sorrir em campanha e tentar arranjar o melhor tacho possível depois da contagem dos votos.
Para um partido que não se calou com a seriedade e com a política de verdade, esta é, a juntar aos deputados arguidos, a machadada final. É dificil apelar ao voto e reduzir a abstencão com tamanho desinteresse que os próprios eleitos revelam da causa pública. Quanto a Deus Pinheiro espero que os portugueses não tenham memória curta na próxima vez que aquela barbicha aparecer num boletim de voto.
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