segunda-feira, junho 22, 2009

Sem rumo

Ainda sobre as eleicões Europeias.

De onde vem esta autoridade moral que permite ao PSD exigir a cada 15 minutos que o governo vá a banhos? Porque razão dizem desde a noite eleitoral que o governo não tem autoridade para fazer nada até às legislativas?

Porque uma abstencão monstruosa deu uma vitória a um partido sem programa?

É esse o novo fôlego? Já se deram ao trabalho de contar os votos? De facto o PS perdeu votos, mas o PSD pouco ou nada subiu. Isto significa que quem não votou PS não foi a correr entregar o voto ao PSD. É matemática básica.

Achará alguém que o país pode ser governado com dois anos de intervalo? Ao terceiro ano de governo comecam a aparecer as sondagens e no quarto ano a oposicão resolve fingir que existe escudada em eleicões europeias. Isto é o mesmo que aceitar que cada governo tome medidas a bem do país durante dois anos e passe os dois anos seguintes a preparar as eleicões. Se assumirmos que a cada tentativa de reforma, o governo vê a oposicão apoiar todo e qualquer sindicato, concorde ou não com a medida, rapidamente concluímos que o país se torna ingovernável.

Podemos discutir se os projectos em questão (TGV, aeroporto, 3a travessia, auto-estradas, etc) fazem sentido ou não. O que não podemos é fazê-lo à luz das Europeias.

Continuo a achar que o TGV (apenas linha LX-Madrid) faz sentido, bem como o novo aeroporto. Acho toda e qualquer auto-estrada uma asneira, bem como uma nova travessia do tejo.

O endividamento externo do país (que é preocupante, eu sei) deve ser utilizado nesta altura de crise para investimentos cuidados que possam criar riqueza. Pequenas e médias empresas tecnológicas são a solucão. É a excelência e não a quantidade (grandes producões) que podem trazer emprego e desenvolvimento a um país pequeno. A aposta nas energias renováveis continua a ser uma boa aposta. Torrar dinheiro em bancos continua a ser um crime. Permitir derrapagens nas obras públicas também. A fazer fé na imprensa, a SAD do Glorioso (para não lhe chamar A Instituicão!) negociou um contracto com a Somague para a construcão da Catedral pelo valor X. A partir desse valor (ou seja derrapagem) seria a Somague a pagar. Porque não usam os gestores do governo a mesma estratégia? O Vieira só tem a 4a classe, não deve ser assim tão difícil!

O que quero dizer é que o país não pode parar só porque o Rangel escreveu 12 pontos genéricos e sem sentido numa folha A4 e algumas pessoas quiseram ir para a praia em dia de eleicões.

Já chega de asneiras.

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