sexta-feira, junho 13, 2008

Shaken, not sturbed



Acabou o bloqueio dos camionistas.
Quatro dias ao estilo Guatemala.
Atropelos, pedrada, polícia e palavras de ordem.
Lino anunciou o acordo e parecia satisfeito.
Mau sinal para a malta do volante, pensei.
Na rua dizia um camionista: "o governo oferece-nos uma mão cheia de nada!"
Pediam 30% nas portagens 24h por dia.
Ui, ui, ui meus amigos.
As portagens. Logo nas portagens.
Lino foi falar com os grupos privados que controlam as estradas.
Pediu uma reduccão nas tarifas e prometeu mais tráfego (ou seja, disse que tudo ficava na mesma).
A Brisa chegou-se um bocadinho à frente e disse que aceitava uma reducão desde que esta não ultrapasse o tecto dos 2,5 milhões. A partir daí fica por conta do estado.
A Aenor (Mota-Engil / Jorge Coelho) e a Lusoponte (F. do Amaral) ainda não se mexeram mas vão também fazer pela vida, mediante contrapartidas.
Estes grupos privados, que já se agarram à mama do Estado como panda no bambu, aceitam mexer um pouco nos lucros monstruosos, a troco de pequenos rebucados chamados "aeroporto de alcochete", "3a ponte sobre o Tejo" e "TGV".
Na prática, esta crise dos transportes vai apenas gerar mais lucros às concessionárias/construtoras.
Os camionistas ficam mais ou menos na mesma e o governo larga mais uns milhares para os grupos do costume.
Há que mexer e agitar, para ficar tudo na mesma.

1 comentário:

Rosa disse...

Já não espanta... Já não choca.
O que é triste, devíamos (devia?) ter a capacidade de nos (de me?) indignarmos sempre.