quarta-feira, dezembro 19, 2007

O oceanário



Há 11 anos atrás, um ficheiro excel com o título "orcamento" tinha na linha "total" o valor de 165 M de euro. Já era um valor que arrepiava.

Para que é que estou a dizer isto? Sei lá eu quantas notas de conto dão 165 Milhões de euro.

De qualquer forma, era para cima de 200 contos de certeza.

Água fora e água dentro, a obra terminou e parece que o ministro já deu uma voltinha.

A derrapagem - tenho que fazer aqui uma pausa para sugerir
à malta das obras que adicione uma coluna no excel que enviam para o ministério com o título "derrapagem". É tão clássico e tão galinha dos ovos de ouro que me parece justa a sua inclusão no orcamento inicial - levou a construcão deste pedaco da linha azul para uns valentes 299 Milhões de euro. Mais de 400 contos parece-me.

Ainda assim o pormenor do 299 cheira-me a esturro.

Eu acho que foram 300 mas por vergonha colocaram um 299 à "la Lidl".

Vamos deixar o dinheiro de lado.

Como diz o Mário Soares, o que o país precisa é de ideias, o dinheiro logo aparece.

Tal e qual Marocas.

Depois de 11 anos a partir pedra, ainda assim, não tiveram tempo de fazer uma vistoria em condicões. Falta de tempo. Há que cumprir prazos. Entende-se.

Pelo menos é o que diz o chefe dos bombeiros. A seguranca não está garantida.

Mas esta malta dos bombeiros quer é aparecer nas notícias.

Certo.

Deixa lá ver se entendo: 11 anos para fazer duas estacões de metro, o dobro do orcamento e dúvidas na seguranca ?

Três perguntas:

1 - Quantas casas novas comprou o presidente da Teixeira Duarte?

2 - O passe do metro traz barbatanas?

3 - Quanto tempo vai demorar o P. Portas a dizer que com os 134 M da derrapagem o estado poderia comprar uma placa nova e dois penicos de cerâmica para cada velho do país?

Que saudades do meu cantinho.

Ainda bem que é natal.

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