quarta-feira, janeiro 03, 2007

"Não há dinheirooooo"

Esperava encontrar esta semana a nova colega ("diz que" é uma Mexicana) para começar a passar informação antes de mudar de emprego.
Fontes próximas asseguram (sempre quis usar estas 3 palavras seguidas) que só para a semana é que ela aparece. Posso por isso descansar das férias e activar o neurónio da productividade mais tarde.
O que me apetece mesmo é escrever por isso vou divagar um pouco. (Quando acabares de ler já vais atrasada para dormir Mãe :))
No caminho para o trabalho, enquanto contemplava a lua (Sol,Sol, só lá para as 8.30h...), pensava na melhor forma de programar este mês e explicar à minha colega as suas novas responsabilidades, principais tarefas, protocolos e sistemas com que terá de trabalhar. Isso é para mim o mais difícil de fazer. Não sei explicar nada. Não tenho paciência, nem jeito e tudo que seja repetir mais do que meia vez já me aborrece. Eu tenho a perfeita consciência que não conseguiria explicar a um piolho o que é um fio de cabelo.
Começo devagar e pausadamente. Ao fim de 30 seg já fiz 50 setas tentando encurtar o caminho e a explicação. Sinto que prestei um serviço à Nação (não, não me refiro ao Porto...reparem que acaba em "ão") ao não optar pela carreira de professor.
Algo surgirá. Para a semana logo penso nisso...
Nestas 3 semanas aconteceu muita coisa sobre as quais me apetece falar. Não é que seja necessário acontecer algo para eu falar. Falo como quem respira, mas neste caso há mesmo assunto.
Saddam, Mértola, fundos da União Europeia para o interior alentejano, invasão Etíope na Somália, Europa a 27, IRS a 100% nos salários da bola e outros que tais são assuntos sobre os quais me apetece escrever, mas ficarão para próximos "posts".
O alvo do momento é essa bela instituição chamada CTT.
Começo por dizer que acho que enquanto serviço (isto é: carta enviada/carta recebida) são absolutamente excepcionais mas no que toca ao atendimento ao público deixam muito a desejar. Nesta época natalícia enchi-me de coragem e fui levantar a reforma dos meus avós. Na primeira abordagem ao tema deparei-me com mais de 50 pessoas a fazer o mesmo. Como existiam 3 lugares sentados, resolvi encostar-me no balcão a ler um romance que por lá estava anunciado. Não me lembro o nome do livro, mas o personagem principal tentava refazer a sua vida uns anos depois de uma atentado das Brigadas Vermelhas (Itália). O tempo foi passando e quando chegou a minha vez já ia no quarto capítulo. Mal chego perto da senhora e mostro o vale, vejo aqueleabanar a cabeça de olhos fechados e sem dizer nada. Não há nada pior (pelo menos que me lembre agora) do que esperar 1h num qualquer balcão e depois ver aquele abanar de cabeça claro-que-não-há-e-parece-me-bem-além-de-lógico-que-o-compreendas.
Eu, que tentava levantar a fortuna que os meus avós recebem de pensão perguntei: "Se já não há dinheiro para as pensões porque não colocaram um aviso?" ao que a senhora respondeu: "a minha colega avisou em voz alta quando acabou!!". Antes que ela me explicasse como é que as pessoas que entraram depois desse glorioso momento poderiam evitar 1 hora a secar porque ninguém conseguiu escrever numa folha de papel "NÃO HÁ DINHEIRO!!!!", resolvi tentar a sorte noutro lado.
Mal entrei perguntei: "Ainda há dinheiro?". "Sim", foi o que ouvi. Mais 1h e quando chegou a minha vez, ou melhor, quando QUASE chegou a minha vez acabou o dinheiro. Bom...saí e despejei alguns palavrões para relaxar. Não muitos que a minha vóvó estava por perto e não ouve assim tão mal.
Na terceira tentativa cheguei cedo aos correios (10h talvez) e a resposta foi a mesma. Ora, aí comecei a ficar chateado. Em Portugal a partir das 8h da manhã a população com mais de 75 anos está ou no centro de saúde ou nos correios. Isto é um clássico, não vale a pena discutir. Apesar das reformas serem uma miséria, no mês de Dezembro multiplicam a miséria por 2. Sabendo disto, aquela malta que anda de gravata na administração dos CTT nunca pensou em aumentar o "budget" nesse período ou diminuir os intervalos de entrega do mesmo? Alguns dias depois e à quinta tentativa lá consegui resgatar as pensões. A ferros mas foi!!
CTT e Dezembro? Não, obrigado!

5 comentários:

clara disse...

ora aqui ficam multiplas razoes no teu pp post para perceberes a razao pela qual vives fora...

Ana disse...

Belo comentário da Clara :)
Cá para mim isso teve alguma coisa a haver com as greves de Dezembro...

Rui Silva disse...

Os CTT atravessam uma fase complicada, mas nunca pensei que fosse tão complicada. Já pensaste em dizer aos teus avós para tratarem de receber a pensão por transferência bancária? Os meus avós tem isso e foi uma maravilha.

P.S. - Bem voltado ao blog!

Anónimo disse...

A tua indignacao e irritacao é perfeitamente fundamentada. Mas faco-te uma pergunta: pediste o livro de reclamacoes, bem como, o nome das pessoas que te responderam mal ou com informacao errada? Conhecendo-te, parece-me mais q optaste pela solucao que, infelizmente 95% dos portugueses optam: praguejam, viram as costas e vão para casa contar a todos o que se passou. Mas nunca "contam" no local e meio apropriados, o livro de reclamacoes!
E pensar que nao irá surtir efeito, é o segundo pensamento de 98% dos portugeses que o utilizam para desculpar a sua propria falta de vontade em reclamar.

Se reclamaste devidamente, fizeste muito bem!

A ideia da transferencia bancária é excelente, nem sabia que ja existia. Se bem que a maioria dos idosos não tem MB ... bom, mas tem que se comecar por algum lado!

beijos,
xana

Tiago Franco disse...

Nos CTT não reclamei(estava com pressa)...mas na CUF Descobertas sim :)Escrevi no livro e tudo :)
O mundo gira e muda!