A história humana é rica em momentos de hipocrisia, falsidades e jogos de interesses. Na política internacional, estes jogos criam governos, definem fronteiras e atribuem riquezas. Timor é neste momento, disso um claro exemplo.
Apenas 5 anos passaram, desde a criação do mais jovem País do mundo. Com um democracia frágil e uma "classe política" compreensivelmente impreparada, adivinhavam-se algumas dificuldades na vida pós-ocupacão Indonésia, em terras de Lorosae. No entanto, concentrava-se (e concentra-se) em Xanana Gusmão, antigo guerrilheiro e figura respeitada entre o povo, a esperança de unificar as duas enias Timorenses e afastar fantasmas do passado.
Em Timor, a região Oeste (Loromonu) é maioritáriamente povoada pela etnia Kaladi, desde sempre considerada pró-Indonésia.
Na parte Leste (Lorosae), os Firaku são a etnia dominante e de tendência independentista. Xanana, apesar de ser um Firaku e de esta ser a etnia minoritária em Timor (45%), foi sempre a voz do povo, nas montanhas, na prisão Indonésia e agora no Palácio das Cinzas.
A crise estalou quando perto de 600 soldados, originários na sua maioria de Loromonu (Oeste), foram dispensados do exército, por um comandante originário de Loroase (Leste). Esta dispensa , decidida após uma manifestacão de alguns desses soldados em frente ao Palácio das Cinzas (onde se encontra Xanana), foi realizada com o total conhecimento e acordo do chefe do governo (Alkatiri).
Foi já num cenário de completa desordem, que o "inexperiente" Xanana, se viu forçado a entrar num braço de ferro com Alkatiri, exigindo publicamente que este se responsabilizasse. Para já, Xanana saiu vencedor e volta a tentar unificar o povo num "terreno" escorregadio e perigoso.
Contudo, não se afigura fácil a tarefa de Gusmão. Por todas as declaracões de Alkatiri, percebe-se que a saída (que o próprio tentou evitar a todo o custo, mostrando falta de responsabilidade ou sentido cívico ) não é mais do que um acto de gestão e nunca um sentido de dever.
Alkatiri, que permaneceu em África durante toda a ocupação Indonésia (saiu em 1975, 4 dias antes do exército Indonésio invadir Timor), conta com apoios importantes, como o de Moçambique ou Austrália e é por muitos considerado um "fantoche" de interesses estrangeiros.
Talvez por aqui se perceba a forma como a Austrália tem "ajudado" o povo Timorense. Desde a chegada das tropas de Camberra a solo Timorense, que os conflitos se sucedem. Não aceitaram qualquer colaboração com Portugueses e Malaios, já fizeram saber que não aceitam ser comandados por qualquer força da ONU (o que complica ainda mais o envio de tropas das UN para o território) e ainda tiveram a extrema arrogância de afirmar, pela voz de um comandante que " O povo Timorense confia em nós, sabe que somos amigos...sempre foi assim. "
Recuando até ao longínquo ano de 1975, parece que estou a ver uma anexação de território, com os "amigos" a fecharem os olhos....mas bom, nessa altura os interesses económicos com a Indonésia falavam mais alto. Estranha definição de amizade esta...
Não é que os Australianos estejam sozinhos nas responsabilidades dos massacres vividos em Timor nas últimas décadas, mas um pouco mais de memória e menos hipocrisia, não lhes ficava mal.
Timor tem vastas reservas de petróleo (avaliadas em mais de 30 mil milhões de doláres) e de gás....parece-me ser esta (como de costume...) a verdadeira razão do interesse Australiano e das "forças" exteriores que suportam Alkatiri.
É por isto que a missão de Xanana, um presidente formado nas montanhas e com sentido de dever público, andará perto do impossível. Ele está a mais no jogo de interesses.
6 comentários:
Na política, infelizmente, não há amigos, apenas interesses comuns. É uma frase batida mas que convém sempre ter presente para que não nos escandalizemos com as hipocrisias que diariamente vão sendo divulgadas por este mundo fora. Os australianos estão preocupados com as riquezas naturais de Timor e não querem perder a influência na região. Ninguém está preocupado com o povo, com o pé-descalço, que são sempre quem sofre em qualquer tipo de conflito. É claro que as divergências étnicas contribuem para dividir o povo. Quem quer dominar sabe como utilizar esta arma em seu proveito, provocando descontentamentos, atritos, conflitos, pânico. Depois, quando está tudo ao rubro, aparecem para em nome da democracia e na defesa dos desprotegidos, restabelecerem a ordem. Timor toca-nos mais de perto, porque até vibram com as vitórias da selecção portuguesa, com o Benfica, sendo o Xanana um Glorioso adepto do SLB. Mas, a história mundial está repleta de casos semelhantes, o que nos leva a questionar se alguma vez teremos Paz no Mundo. Será que o Homem não consegue encontrar soluções que permitam tornar este planeta num lugar mais agradável? Será que não há forma de eliminar a ganância e a exploração dum homem sobre outro homem? Quero acreditar na Utopia que o John Lennon cantou no seu álbum Imagine, aliás, precisamos todos de acreditar pois só assim daremos o nosso contributo para que este mundo seja menos mau. Entretanto, vamo-nos alienando com o futebol e esperando que Portugal vença a França.
atão pah !
Apagas os meus comentsszzz
Este é um blog de inspiracão pagã. O deboche é permitido, a crítica livre e a censura inexistente para a opinião.
No entanto, para a ofensa, injúria e calúnia, existe uma "pidesca" foice que não perdoa :))
Os seus conhecimentos de Timor sao parcos pois que as asneiras que apregou-a sao insultivas e descreditam quem escreve.
Eh muito pouco vulgar tanta asneira junta num escrito pseudo intlectual que mistura numa salada de conhecimentos apanhados no ar,algumas veleidades politicas de caracter populista.
Quem o ensinou sobre os Firakos e os Kaladi, de certeza que foi um refugiado de Timor em Portugal natural de Baucau, Viqueque ou Lospalos. SOH PODE SER ASSIM!
Ou entao pior, passou pela terra do Sol Nascente, mas aprendeu pouco e errado.
O povo Mambae(pois de um povo se trata), o mais populoso de Timor e fala a lingua Mambae, vive, se tem uma pequena nocao de Timor, nas montanhas que se estendem na parte central da ilha de Timor, desde a zona de Ainaro, Hatolia, Ermera, Remexio, Aileu e Same.Esta eh a zona que tem o nome de Kaladi, e nunca foi a favor da Indonesia.
Os Firakos que ocupam a zona de Baucau, Lospalos e Viqueque, foram favorecidos no tempo do colonialismo com uma mais forte vertente educacional religiosa, pois tiveram as Escolas da Missao de Fuioloro em Lospalos a Missao das Madres de Ossu e a Missao de Fatuk Maka em Baucau.
Tambem lhe posso dizer que o Xanana eh originario da Zona de Manatuto, que nao eh Firako nem Kaladi.
Quanto Ah afirmacao DIFAMATORIA de que os Kaladi eram a favor da Indonesia, posso informa-lo de que a Revolta de l959 a favor da Indonesia nasceu em Huato Lari na zona de Viqueque, e que o movimento da APODETI, partido da Integracao na Indonesia, sao radicalmente saidos da revolta de l959.
Quanto ao passado proximo, eram os Firakos que viviam em Dili, que se dedicavam a dar informacoes ah Inteligencia Indonesia, e que os grandes comandantes das Milicias como Martinho,Edmundo,Claudio Vieira etc.etc.etc. eram Firakos.
Muito mais poderia falar, mas teria que fazer um artigo novo e nao tenho tempo para isso.
Sempre ao seu dispor.
Manuel Carlos
O senhor que disse que voce nao percebe nada disto tem toda a razao. Para perceber realmente as asneiras que disse leia este texto dum blog do Publico:
sobre firacos e caladis
Alias este aqui e' melhor:
A violência do presente e a do passado
Enviar um comentário