sábado, dezembro 21, 2013

O cara-de-pau natalício


Outrora considerei Paulo Portas um político inteligente. Sem espinha, mas hábil. Hoje em dia acho-o apenas o ser, ainda sem espinha, com mais lata do planeta. A estapafúrdia cena do relógio é um monstruoso insulto ao Portugueses. E é a maior demonstracão de cara-de-pau que me lembro de ver num político. Comecam a faltar adjectivos para caracterizar o nível de lama em que este personagem se mexe. O homem que assina o acordo com a Troika, que às segundas é do Governo, às quartas grita pelos velhos e às sextas demite-se de forma irrevogável, dá mais uma prova que vale tudo para manter o tacho. Faca aqui, faca ali, segue em coligacão quando dá jeito, pisca o olho ao PS quando adivinha o desastre. Portas não tem ideologia ou conviccões. Portas tem um objectivo de vida, estar lá, ser notado, aparecer nas linhas da História, e usa um partido de totós acéfalos para o conseguir.
A entrada ao som de AC/DC, enfim, não merece qualquer comentário. São vocês jotinhas. São vocês a fazerem de vocês. Amei.
Na mesma semana o tribunal constitucional arrasa o governo (por unanimidade) pela nona vez. Não podem quebrar o contrato social, não podem mudar as regras a meio do jogo. Não vale tudo.
O que faria um governo de servico público? Demitir-se-ia. O que fará um governo que está ao servico de meia-dúzia de bancos e grupos económicos? A única medida constitucional que lhes sobra para sacar mais dinheiro: aumentar os impostos.
Feliz Natal para todos. Velhos, pensionistas e demais contribuintes. Ninguém vos cortará a reforma. Uau! Que bom!
Em 2014 aumentarão apenas, uma vez mais, a carga fiscal. Que é, trocando por miudos, exactamente a mesma merda.
O dinheiro tem que entrar, o défice tem que subir, o desemprego tem que aumentar. A emigracão em massa não pode parar. Vocês têm que empobrecer. Mais.
É ou não um cenário natalício fabuloso? Dá ou não vontade de ir para aquelas filas do Colombo, embrulhar o CD do Tony Carreira e o livro da Margarida Rebelo Pinto? Claro que sim.
Tenho duas dúvidas. Na altura de novo aumento fiscal como reagirá a populacão e como se organizarão estas novas plataformas de esquerda? E, por fim, quando Portas saltar do Titanic e tentar uma alianca com o PS, terá Seguro a coragem de governar em minoria e manter alguma decência no acto, ou vai ceder à puta da política nacional? Pardon for my French.
"Partir tudo e correr à paulada esta corrupta classe política que nos afunda há 30 anos. Fazê-los sentir que somos pessoas e não números.", isto sim, seria uma carta bem escrita ao Pai Natal.
Oh!Oh!Oh! Merry Christmas!!

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