quarta-feira, outubro 16, 2013

Swap me if you can...

Ouvi ontem a ministra das financas e por momentos, breves admito, senti saudades de Vitor Gaspar. Por outro lado, Teixeira dos Santos, nesta altura do campeonato, já merece uma estátua na sua aldeia natal.
A conferência de imprensa e todo aquele discurso miseravelmente preparado por um jotinha qualquer, deixou-me pensativo. Pergunto-me se pensará, quem se senta naquela cadeira, que os demais, os ouvintes, são todos analfabetos?
Para justificar nova austeridade a ministra ensaiou o discurso do "está quase". A meta é já ali, "tudo" o que foi conseguido até agora não pode ser desperdicado. Há que continuar com a "reforma do estado".
Pousemos então o charro colectivo e tentemos perceber "tudo" o que foi conseguido. A ministra, depois de falar no défice astronómico (que por ser o praticamente o mesmo desde que chegaram ao governo, prova que a austeridade não o resolve), bradou aos céus com o estonteante crescimento económico de 0,8%. Desculpe?
Pois eu acho que Passos e seus jotinhas amestrados conseguiram muito mais do que isso.
Sem ir aos jornais, lembro-me de 18% na taxa de desemprego, 2 milhões que comecam a não ter dinheiro para comer, impostos ao nível da Escandinávia, 120 000 vistos pedidos para o Brasil, uns quantos milhares de licenciados que fizeram a trouxa, várias PMEs falidas, salários ajustados pela bitola de 2004, cortes na saúde e na seguranca social, cortes nos salários da funcão pública e nas pensões, inexistência de garantia no que a reforma diz respeito, salário médio de 700 euro.
Não está mau.
Por outro lado, o OE continua a contemplar "injeccões de capital em bancos", a bolha imobiliária que resultou em casas vendidas muito acima do preco, continua a ser paga exclusivamente pelos contribuintes, o crédito ficou perto de impossível continuando cada banco a pagar menos impostos do que o comum dos mortais e, segundo leio, pouco ou nada se corta na minoria previligiada.
Viver em Portugal está a tornar-se um luxo. O que sobra no fim do mês (quando lá chega) é, para a maioria, aproximadamente zero. E o trágico nisto tudo é ver o padre a rezar a mesma missa, há não sei quantos anos, quando o papa (ou troika se preferirem) já admitiu que estava a ler na página errada.
Não resulta sua cambada de burros! Não resulta! Não se pode esperar que um miserável que ganhe 601 euro, leve cortes e mais cortes na fortuna, e continue a ir ao supermercado ou a meter dinheiro na economia. O efeito é o inverso.
E como vocês sabem disso, porque apesar de burros conseguem interpretar um gráfico, a conclusão é que o fazem porque querem. Porque estão ao servico de bancos e corporacões e não da populacão portuguesa. Pelo menos daquela que vive do seu trabalho e depende de um salário.
Numa palavra: corruptos!

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