Todos sabem que a CDU (ou vá, o PCP mais os outros 3 gajos) jamais perdeu eleicões. Nunca.
Ouvi Cunhal, Carvalhas e Jerónimo em noites eleitorais. Independentemente da votacão, conseguia sempre o orador arranjar um pouco de Sol que brilhasse para uns quantos. E isso, só por si, já tem valor.
Ora...ontem, por uma série de astros que se cruzaram, a oratória bateu certo com a realidade.
Jerónimo empolgou-se. Bernardino também. Em Évora cantaram Zeca e, das costas do Cristo Rei até Marrocos, o ar ficou novamente mais respirável. Ainda bem, digo eu.
A CDU é a grande vencedora das Autárquicas 2013. Tirando Marques Mendes acho que todos perceberam isso.
O PSD e PP foram absolutamente varridos, como se esperava. Gostei de ouvir Passos, apesar de tudo. Assumiu a derrota sem jogos de flores. Já Portas foi igual a ele próprio...fez mais um número de contorcionismo, colando-se no Porto (enquanto espetava mais uma faca em Passos) e falando em 5 câmaras que ninguém sabe onde ficam. Portas é o maior asco político que o nosso país alguma vez teve o azar de parir.
O PS teve o maior número de votos, de autarquias e de mandatos. Recuperou a associacão de municipios mas, parece-me, não teve a noite que nas actuais circunstâncias sonharia. Passos fez o favor de anunciar um segundo resgate mas, mesmo assim, o PS perdeu capitais de distrito para o PSD e para a CDU. Por outro lado...a avalanche de António Costa em Lisboa meteu Seguro em sentido. Ele está a aproximar-se. Há paz podre no Largo do Rato.
O Bloco simplesmente desapareceu. A partida dos fundadores, o tratamento dado a Sá Fernandes e a trapalhada na substituicão de Loucã foram os motivos apontados durante a noite. Eu acho que o BE foi castigado por não ter dado o salto (quando teve essa oportunidade em alianca com o PS) entre a "esquerda caviar" e um partido de poder. A receita esgotou-se.
A CDU recebeu votos do BE, conquistou 30 câmaras e até roubou eleitorado ao PS, entre os desiludidos que já não aguentam o "centrão" e 39 anos de atropelos.
Foi uma excelente noite para o PCP e oxalá, nas autarquias, consigam meter um travão no garrote governativo.
Tempo para ouvir uma musiquinha.
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