quarta-feira, fevereiro 23, 2011

E agora com números para parecer sério


Falava eu nos patamares salariais, algures ali por baixo antes do Benfica, quando recebi a newsletter do sindicato, que entre informacões sobre descontos em churrascarias, disponibilizava também a estatística referente aos salários dos seus associados em 2010.
A tabela que apresento refere-se apenas à fatia que trabalha no sector privado e tem cursos de 5 anos, num total de 33502 profissionais. Acho que é um número razoável para ilustrar a classe profissional aqui onde o Sol nunca chega e vem, de certa forma, explicar com números o que escrevi.
Algumas notas para ajudar a compreender cada coluna do quadro:
1 - Examensår = ano em que o associado concluiu o curso
2 - Antal = número de associados
3 - Medel = valor médio dos salários por ano de conclusao (em coroas suecas)
4 - 1: a kvartil e 3: e kvartil = valores mínimos e máximos dos salários por ano de conclusão (em coroas suecas)

Para converter sek para euro basta dividir por 8,8 (valor de hoje).

Algumas conclusões sobre os valores médios. A diferenca entre um camarada que comecou nestas lides quando o Marcelo aplicava a "transicão da continuidade", lá nos idos de 72, e um macarico que comecou no ano passado a perceber o funcionamento da fotocopiadora, está em 3500 euro. Ou seja, em valores médios, esta será a margem de progressão ao longo de 40 anos.
Por outro lado, esse mesmo macarico, comeca a trabalhar com um salário de 3143 euro o que, como diz alguém que muito estimo, é muito dinheiro para quem não sabe fazer nada.
É também interessante analisar o valor máximo para o topo de carreira: 7465 euro, sendo que, o valor médio ao fim de 40 anos de lavoura anda pelos 6645 euro. Trocos para um piloto da TAP e moedas para atirar à Fontana di Trevi para qualquer boy do centrão.
O que este estatística mostra, para uma classe profissional em específico, arrisco a dizer, é uma estratégia de desenvolvimento aplicada a quase todas as àreas num conjunto reduzido de países. Salários com plataformas iniciais altas, progressões suaves e tectos não muito altos. Numa palavra: equilíbrio. É assim que se constrói uma sociedade sem degraus. Não é preciso ler Marx...

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Por cá, quer-se ganhar muito e trabalhar pouco e de preferência que também não se tenha que estudar muito.

Somos pequeninos.

Um abraço