quinta-feira, maio 06, 2010

Servico público ou tentativa de arranjar emprego na KLM



Há já algum tempo que queria beber um café neste jumbo. Desde logo tinha a curiosidade de ver um avião deste tamanho por dentro e por outro lado, a hipótese de o fazer no chão. A ausência de motores por baixo das asas garantiam o sucesso da operacão.
Sentei-me numa pequena sala quase vazia. Eu numa mesa e outras 3 pessoas em alegre galhofa discutindo o dia de trabalho. Um irlandês, um francês e um americano contavam as peripécias laboriais. O que faziam eles? Eram técnicos de seguranca aeronáutica. Flaps encravados, pássaros dentro de motores e pilotos macaricos, exactamente o tipo de banda sonora que me agrada enquanto beberico um café de balde.
Contudo compreendo a escolha do tema. Dentro de um jumbo queria falar de quê? Eu quando estou dentro da Catedral também não falo de ballet, tema que aliás domino desde que adquiri o kit sócio do Bolchoi.
Mas...tendo em conta que estava a ficar horrorizado com tanta informacão, resolvi juntar-me aos camaradas e puxar do bloco de notas. Assim, fiquei a saber as razões do acidente da Spanair em Barajas, da Air France no Brasil e de mais uma série de espalhancos na América e na Rússia. A meio da conversa resolvi perguntar quais eram as companhias, que na opinião deles, eram as mais fiáveis e seguras. Confesso que não fiquei surpreendido com a resposta. Basta consultar os registos e perceber minimamente onde é que são feitas as poupancas. KLM, Lufthansa, BA e SAS dentro das clássicas e Ryan Air e Easy Jet nas low cost. Explicavam eles que na maior parte dos casos "you get what you pay for", excepcão feita à Ryan Air e Easy Jet que conseguem bilhetes baratos por causa dos horários, lugares no avião, tripulacão que dorme em casa, etc, mantendo sempre a qualidade da manutencão. Disseram que na Europa convinha evitar as companhias de leste e a Iberia, por causa da fraca manutencão e que na América a melhor companhia era mesmo a dos comboios. United, Continental e American (só para referir as maiores) voam em estilo "cowboy" nas palavras deles. Há que meter o avião no ar e, na terra onde "cash is king", o lucro é tudo o que conta. Entre outros mimos, ouvi relatos de aproveitamento de pecas de aviões que se espalharam para outros em funcionamento.
Ora...eu já leio sobre o assunto há muito e desde 2004 que decidi não voar em qualquer companhia americana, de leste (excepcão para a Maleev) ou na Iberia. A BA deixou de ser hipótese depois dos atentados em Londres e a Air France já tinha deixado de ser depois de não sei quantas avarias em vôos onde eu ia (antes do acidente no Brasil). Companhias asiáticas apenas a Thai e a de Singapura (chinesas e indonésias nem com o James Bond no banco do lado) e africanas, bom, só mesmo a Precision Air porque não podia atravessar a nado para Zanzibar.
O medo não desapareceu mas acho que me senti menos só quando ouvi profissionais defenderem as minhas opcões.
E é isto meus amigos. O mundo no ar resume-se à KLM, Lufthansa e TAP. Onde estas não chegarem chegará um comboio. O resto são Tupolevs e arames.

1 comentário:

Unknown disse...

Na minha muito recente viagem à Austrália voei com a KLM. Realmente correu tudo sem problemas, excepto o facto do voo a sair de Lisboa ter sido adiado 4 dias por causa do vulcão, mas isso não é culpa deles (da KLM). Parece portanto que fiz uma escolha acertada. :)