terça-feira, novembro 18, 2014

Lisboa a 1 euro, é só hoje freguês!


Aos poucos vou ficando mais tolerante com as notícias que vocês fazem o favor de me enviar.
Este rouba, aquele não é preso, o outro foge...talvez esteja a comer salmão em doses pouco recomendáveis, mas a coisa vai-se esfumando nas brumas da resignacão. Ou então é o Courela de Pias que dá sono, também pode ser isso.
António Costa, o futuro PM de Portugal segue a estratégia do silêncio. Há quem diga que lhe basta estar calado para garantir a maioria absoluta. É quase isso. Contudo, para azar de Costa, ele está à frente de uma autarquia falida que por acaso representa a maior cidade do país. Tem que agir e ao fazê-lo será inevitavelmente julgado. "Se faz assim em Lisboa, como fará no país??", ouve-se em cada paragem nos intervalos do Benfica - Rio Ave. Talisca levanta a cabeca e bate em arco. Luis Freitas Lobo diria que foi um momento de pura harmonia, onde as cores da Bahia se juntaram num arco-iris de potência e cumplicidade, entre a perna de Talisca e a malha da baliza "grande" (Nota: ir ao google para saber o que é a baliza grande). Eu que não sou poeta, diria apenas que foi uma pAdrada das antigas.
Mas com isto desviei-me do tema..
Vou só desligar o youtube senão continuo a misturar assuntos e depois chamam-me nomes.
Voltemos ao Costa.
Taxa para não residentes que entrem pela Portela e utlizacão desse dinheiro para um novo centro de congressos ali no alto do Parque Eduardo VII.
Vejo reclamacões das associacões de turistas, dos emigrantes portugueses espalhados por aí fora e de alguma oposicão que classifica tudo isto como um novo imposto disfarcado. Vamos por partes.
Não me escandaliza de forma alguma uma taxa de 1 euro para entrar em Lisboa. É prática comum nas cidades mais visitadas do mundo. Pagamos para entrar em Pequim, Roma, Moscovo, Istambul, Sydney, Havana e por aí fora. E não pagamos apenas 1 euro....
Não é esse valor que afasta qualquer turista e, se como foi anunciado, a receita reverter a favor de mais investimento na cidade, tudo bem. Não me parece que um centro de congressos, especialmente no Parque Eduardo VII, seja uma prioridade, mas enfim, são opiniões. Ainda assim acho que deviam pedir a opinião do Paulo Portas. Ele, alegadamente, conhece a dinâmica e o urbanismo da zona.
Já me parece um pouco mais disparatado, para ser cordial, aplicar esta taxa a portugueses não residentes em Portugal. Uma taxa, ao contrário de um imposto, é um valor que se paga a troco de um servico. Ora...para muitos portugueses o regresso a casa faz-se pela Portela, já que é esse o hub do país. Não quer dizer que fiquem sequer em Lisboa. E para aqueles que ficam, a taxa é descabida de igual forma. Já não basta muitos terem que sair do país à procura de uma vida melhor, de aguentarem casas e contas em Portugal, que vão dando uns IMIs ao Costa enquanto estão a trabalhar longe, e depois ainda pagam para entrar em casa? Não é o valor irrisório de 1 euro que está em causa, é o princípio. Não se pode fustigar o mesmo par de ossos 3 vezes.
Costa...pensa nisso rapaz. Não se marca a diferenca fazendo as mesmas asneiras.




(Nota: para os meus habituais leitores daquela cidade do interior que fica algumas dezenas de km a norte de Lisboa, obrigado pela vossa atencão e dedicacão. O vosso nome aparece ali naquele mapa do lado. Podem continuar a retirar as minhas palavras do contexto, inventar narrativas e usá-las contra mim, nas habituais tentativas de difamacão mas, peco-o educadamente, tenham alguma elegância. Ou então esforcem-se mais.)

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