quinta-feira, janeiro 16, 2014

Ó Guedes, sai da frente!!


Num dos primeiros dias de Janeiro, não me lembro qual, um Guedes qualquer do PSD, veio falar em nome do governo depois do enésimo chumbo do TC. Foi a tal conferência de imprensa onde a palavra "recalibrar" entrou para o léxico da austeridade.
Vi o directo com um olho aberto e outro fechado e, na altura, fiquei com a sensacão, uma vez mais, que a mensagem era qualquer coisa como: "o tribunal declarou os cortes inconstitucionais, portanto, vamos na mesma aos bolsos dos funcionários publicos usando o expediente legal que resta, ou seja, mais impostos"
"Recalibrar" + ADSE + SNS é uma forma de dizer que os custos com a saúde vão aumentar. Ora, se o custo aumenta, o budget mensal reduz, a família empobrece. Como Paulo Bento diria, futebol pé, andebol mão. Faz sentido. Há 2 anos que não vejo outra coisa. Aumento de impostos e diminuacão do retorno (servicos, contrapartidas, o que lhes quiserem chamar). É esta a única receita aplicada pelo governo de Passos. Rebentar com o estado social e garantir que a antiga classe média paga impostos escandinavos para nada, para rigorosamente nada. Pagam a saúde, pagam as escolas, pagam as creches, pagam as universidades, perdem as reformas...porque razão dão então uma enorme fatia do salário ao Estado? Porque sim. Porque é necessário tapar os roubos da última vintena de anos, levados a cabo pelos mesmíssimos que ainda legislam e que, agora de forma colectiva, continuam a roubar.
Na altura pensei que isto fosse dar trovoada e mais confusão na rua, mas não. Eusébio morreu em boa hora para o Governo. Seguiu-se a discussão do Panteão e veio nova Bola de Ouro. Maria Dolores chorou.
Pelo meio Paulo Portas rezou a missa aos seus acólitos e deu mais umas cambalhotas de anca.
"Recalibrar" passou de moda. E, dois longos anos depois, nada mais há no horizonte para além deste gigantesco roubo colectivo sem que, note-se, se tenham feito cortes visíveis na máquina estatal. A tão falada reforma do Estado e as "gorduras" da campanha, são só e apenas, as pensões dos velhos e os salários dos que estão no activo. Ponto final. Regalias dos corruptos que nos governam, acumulacão de reformas, deputados que de manhã fazem uma lei e que à tarde se sentam no escritório de advogados para a usar, PPPs, financiamento da Banca, buraco do BPN e demais elefantes brancos, continuam no mesmo sítio, na mesma forma e com a mesma condicão.
Alguém pagará por isso. Agora, adivinhem quem?
Mas há boas notícias. Muito boas. Passos disse que na próxima legislatura se fará a reforma do Estado. Agora é que é. Espectacular!
Esta afirmacão, condimentada com os anos de governacão do Jotinha e do ex-Feirante, daria uma boa tese de mestrado sob o título: "Como saltar da UE para o Terceiro Mundo em 2 orcamentos? "
Estamos em pré-campanha, portanto. Há Passos e Portas (com quem lhe der mais). Há Seguro. Barroso quer voltar. O Álvaro foi para a OCDE e Arnault para a Goldman Sachs.
Continua tudo bem muito bem encaminhado.
Largo os foguetes já ou espero um bocado mais?

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