Camaradas, camaradas, camaradas...quo vadis?
Ser Português é ter na alma a chama imensa, morder como quem
beija e voar nas asas de um condor.
Também é
ver a ”sardine on carvon”, chegar a casa de t-shirt às 6 da manhã e filosofar
debaixo das estrelas.
É acreditar sempre sem pensar se faz sentido. É deixar o Atlântico bater nos ossos
e o Sol tostar a pele. É comer só por convívio. É ser gordo por escolha
própria.
Tudo muito
bem. Somos gente boa.
Mas…também
somos muito irritantes. E rudes. E pouco profissionais. E labregos. E
atrasados.
Hiiii…olha aí as ofensas!!! Tem que ser camaradas.
Sentemo-nos
aqui na espaco virtual e partilhemos amarguras. Um pouco como fazem os velhotes
nas salas de espera dos centros de saúde, enquanto lutam pelo título do
reformado com mais maleitas.
Ando a procurar
emprego em Portugal e, por voltas e mais voltas da vida, candidatei-me a 20. Entre
concursos públicos e simples “knoc, knoc, precisam de alguém?, chateei meio mundo, na sua maioria, duma área professional onde nunca
trabalhei. Apenas um CV foi enviado para uma empresa de engenharia.
Ora...e em
que parte é que vocês me enervam? Na da resposta.
Diz o
camarada Miguel Goncalves que há que bater punho. Adoro gurus encartados.
Apenas uma
pessoa se dignou a perder 2 minutos do seu precioso tempo para me responder.
Foi, claro, a empresa de engenharia e para me informar que tinha que enviar
mais papéis (como é lógico!). Embora o concurso exigisse um grau académico
em engenharia, a senhora dos recursos humanos pediu-me que apresentasse dois. Os diplomas, as notas,
as certidões de conclusão. Um total de 7 comprovativos do ISEL que atestam que
não andei a enganar as companhias que me pagaram nos últimos 12 anos. Ainda bem
que arrasto esse entulho comigo numa caixa verde com a etiqueta "papéis importantes", desde que fiz a trouxa e
aterrei no Ártico.
Dos
restantes 19, nem um pio. Uma resposta automática daquelas chapa 5, um “obrigado
e até sempre” ou um simples “não”. Qualquer coisa servia, mas nada, rigorosamente
nada.
Total
desprezo e falta de educacão por quem estabelece contacto e faz uma simples
pergunta. E, detalhe que me parece importante, sendo uma área nova onde procuro
uma oportunidade e na qual não tenho experiência, ofereci-me para trabalhar de
borla. E nem assim consegui que se dignassem a escrever “não”.
Não sei se
é mentalidade, limitacão ou simples falta de profissionalismo, mas parece-me no
mínimo estranho.
Alguém que
vos contacta e diz: ”gostava de ajudar a cavar aí no quintal. Faco-o de
borla para entrar no ramo. Vejam aqui umas fotos minhas de enxada na mão!” e
vocês nem perguntam ”porquê?”.
Se quisesse
vender cursos de ”bater punho” ou de ”sushi cycle”, já algum esperto me tinha contactado
com um ”fale-me disso”.
Gente irritante. Irra!
Ide trabalhar! (não és tu cavaco…agora vê lá se te ofendes
camarada!)
Sem comentários:
Enviar um comentário