O "Calor da Noite" fechou!

Diz aqui o Público que o "Calor da Noite" fechou.
Ora, para mim que sou um romântico da velha guarda, esta é uma notícia triste.
Lembro Jacinto Paixao, na sua meninice, com o "eeeeeeeiiii" carregado no sotaque da sua Beja natal, a descobrir o amor neste mítico espaco. A troca de experiências e culturas. "Aí, você vem do Ceará?" ouvia-se. Abriam-se espacos além-fronteiras. Era, essencialmente, uma escola de vida.
Árbitros, observadores, dirigentes. Muitos deles aprenderam a nobre arte do amor por ali. Alguns praticaram-na também. Confúcio dizia que a tentativa era a mae de todos os ensinamentos. Ou fui eu que inventei isto agora? Soa bem. Vou tomar nota.
Os tempos mudaram. A internet chegou e a crise também.
Hoje em dia, Pinto da Costa e seus acólitos (Reinaldo, estás aí rapaz??) já nao usam as casas de alterne para comprar jogos. Vao directamente à fonte.
E percebe-se. Garrafas de champanhe a 120 euro?? Cada árbitro despacha duas....nao dá, é muita despesa. Por metade do dinheiro metem o Antero no Alfa para Lisboa, táxi para a sede da Liga e numa conversa entre amigos, oferece ao Vitor Pereira o catálogo de árbitros 2012/2013.
Do ponto de vista da gestao financeira parece-me brilhante. Ainda há quem critique Pinto da Costa por enriquecer misteriosamente. Ingratos.
Todos sabem que é uma pessoa de classe média, sem património. Desde que fugiu para a Galiza que passou tudo para o nome de familiares. Nem sequer gasta dinheiro no alterne, como se vê pelo prejuízo das várias casas. Alguém lhe disse, acho que foi o Paulinho Santos, que a internet também tem "o amor".
Agora, o presidente declamador, encomenda a Lucineide + 1 caixa de Viagra pela módica quantia de 299 eur + portes de envio.
Há que evoluir com o tempo. Madonna fá-lo como poucos. Bono e os seus U2 também. Já ninguém se lembra daquele cabelo de 87.
Pinto, o declamador de José Régio, honra lhe seja feita, também.
Do Calor da Noite para a basílica de Sao Pedro, no Vaticano, passando por juizes que lhe pedem bilhetes para o Manchester.
De Canelas para o mundo. Um postal de Portugal.