Há quem comece o dia com um café. Há quem se atire logo aos bolos. Os mais preocupados com a flora arrancam com muesli.
Eu opto por economistas. Sao mais dificeis de mastigar mas deixam-me acordado mais depressa.
Joao Duque, o novo Luis Delgado do "se-chove-molha", disse num fórum qualquer (se querem rigor vao ler blogues de jornalistas) que a economia portuguesa vai proporcionar imensas oportunidades dentro de 10 a 15 anos, depois do ajustamento a que está a ser sujeita.
Relata o Expresso que o guru disse que Portugal será um espaço
interessante para se instalarem empresas para produzirem para o mercado
internacional.
Ora...eu adoro gurus. E se forem economistas entao, fico em êxtase. Desde logo porque, até aos dias de hoje, nao consegui ouvir, com raras excepcoes, da boca de um economista nada mais do que teorias sem aplicacao prática ou tiradas do senso-comum. Uma espécie de "já viram esta garrafa cheia de oxigénio?"
Portugal está estagnado (ou vá, com crescimentos de décimas) há mais de 10 anos. "Adivinhar" um crescimento dentro de 10 ou 15 anos, é o mesmo que prever chuva entre Dezembro e Abril. Porque é que nao disseste entre 10 e 30 anos? Só para ter a certeza que nao te enganavas...
Tendo em conta o empobrecimento geral da populacao, com cortes reais nos salários e perda no poder de compra, também nao é preciso ser o Houdini para adivinhar que as empresas se voltarao a instalar por ai. Seremos novamente os chineses da Europa. Um regresso à década de 70.
Joao Duque é uma espécie de carimbador público das políticas deste governo. Nao lhe bastava ser economista.
"Há duas classes de economistas que prevêem as coisas: Aqueles que não sabem e aqueles que não sabem que não sabem.
(J.K. Galbraith)"
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