sexta-feira, novembro 18, 2011

A troika quando nasce é para todos

Li há uns meses, quando Sócrates II ainda reinava, várias opiniões favoráveis ao FMI.


De uma forma geral, direitocas que trabalhavam no sector privado gritavam a plenos pulmões: "precisamos de lideranca estrangeira para meter o sector público na ordem".

Então e hoje? Continuam a apoiar o FMI e a "troika"? Gostaram de ouvir aquele camarada na conferência de imprensa sugerir a "reducão de salários no sector privado"?

Nem por isso, não é? Pois...

Escrevi algures ali em baixo que o ataque ao sector público chegaria ao privado. Era óbvio.

Eu também defendo, há muito, reformas na administracão pública. Não vale a pena insistir na tecla da calculadora e do PREC. Agora...entre reformar e simplesmente aumentar impostos ou reduzir salários, vai uma diferenca considerável.

Ouco "competitividade", "produtividade" e "modernizacão da economia". Qual é a solucão? Reduzir salários.

Esta é brilhante. Um país que apesar dos seus 25 anos de UE continua com um salário médio de 700 euro vê, pelas suas cabecas mais brilhantes, a luz ao fundo do túnel numa reducão de salários. Para quê? O que esperam com isso? Que os trabalhadores fiquem mais estimulados? Entrar em competicão com a Tailândia e com o Laos?

Ainda não perceberam que os paises com 40h de trabalho e salários mais altos são aqueles com maior produtividade? É dificil perceber que um trabalhador com tempo para a família e dinheiro para uma vida de qualidade é mais feliz, logo, mais produtivo?

Mas dirão vocês: "E onde está o dinheiro para isso? O país está na bancarrota!"

Certo. Quando se esgotarem TODAS as hipóteses reduzam pois os salários da classe média. Mas essa deve ser a ÚLTIMA alternativa.

Antes de chegar aí, o Governo fazendo fé nas palavras de "distribuir o esforco por todos", tem que vender toda a frota automovel do Estado (ministros, secretarios de estado, presidentes das autarquias, etc - excepto Policia), despachar os avioes da forca aérea e os dois submarinos, cancelar toda e qualquer PPP, reduzir os salários dos gestores públicos, deputados, vereadores, etc, cancelar as pensões dos políticos que continuam no activo, deixar a banca pagar as suas dívidas (como os Islandeses fizeram), meter na prisão a corja do PSD que anda há anos a roubar o país através do BPN e da Região Autónoma da Madeira, vender todos os bens desta maralha...and so on.

Depois de raparem o topo da pirâmide, venham chatear os milionários dos 1000 euro, no público ou no privado, tanto faz.

Na TSF um empresário defendia esta mesma ideia: "trabalhador bem pago é mais produtivo". Ou seja, nem os patrões são tão monos como os gajos da troika. Concordo. O problema está no termo de comparacão usado. Para ele, a Autoeuropa seria o farol a seguir. Bons salários e alta produtividade. Que o pessoal dá corda aos sapatos por aquelas bandas ainda sou capaz de concordar (está relacionado com o modelo de gestão), agora dinheiro que é bom, fica todo na Alemanha.

Em 2006, valores médios líquidos de 800 euro para um operador de linha e 1100 para um quadro de engenharia...bom, está ao nível da Roménia.

Estou doido para ver o próximo episódio desta série.

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