terça-feira, outubro 19, 2010

Verdade?

Tento puxar pela memória e lembrar-me de uma notícia, era eu aluno do secundário, que dava conta da injecção de capital por parte do governo do Guterres na TAP. Se não me engano em 94 e 95, sendo esses os únicos anos em que a empresa apresentou lucro.

Se a memória não me engana, então, o que este comunicado da TAP (esse aí em baixo, retirado de outro blogue e que não sei se é verdadeiro) diz é que sensivelmente desde essa altura (97) a companhia não recebe dinheiro do Estado e que entrega milhões em impostos.

Ou seja...a TAP, que nunca teve lucro (que se veja) na vida, paga salários, impostos, manutenções e frotas com o dinheiro que a companhia gera. É isso? Gostava de acreditar que o défice que a empresa apresenta vem daqui mas ainda assim não compreendo, a ser verdade este comunicado, como é que se aguentam tantos anos de portas abertas? Se não é o Estado a compensar as perdas, como é que continuam a operar ao fim de tantos anos sempre a perder dinheiro?

Ou a TAP é o milagre da gestão ou há algo nesta equação que me escapa.

Mas lá que gostava de perceber, isso gostava....



"A TAP E O ESTADO PORTUGUÊS

Nesta altura em que se especula sobre tudo, onde aqui e ali vêm ao de cimo algumas verdades, e onde a comunicação social teima em muitos casos (se calhar por interesses ou compadrios) na mentira, para bem da verdade e porque se trata de uma das empresas portuguesas com mais prestigio nacional e internacional, e uma se não a maior exportadora, venho dar a conhecer esta comunicação dada pelo Concelho de Administração da TAP através do
responsável pelas Relações Publicas da mesma:


O Jornal das Comunidades nº C93/12 publicava em 30.3.94 a Comunicação
da Comissão “relativa à recapitalização programada para a TAP”. Desde então, o seu
único accionista ficou impedido de conceder qualquer outra ajuda à transportadora nacional,
que vive em exclusivo dos fluxos financeiros que tem sido capaz de gerar para fazer face
aos compromissos com os seus clientes, com os fornecedores, com os seus trabalhadores e,
naturalmente, com o Estado português.
Mesmo as chamadas “indemnizações compensatórias” aplicadas no âmbito do serviço público
às Regiões Autónomas são ajudas aos residentes naquelas zonas do País e não às companhias
que operam para os Açores (a Madeira deixou de estar abrangida após a liberalização ocorrida).
E, no entanto, quase todos os dias vemos, ouvimos e lemos opiniões na comunicação social
que se referem à TAP como se ela fosse um fardo para o “erário público”

Não é, pelo contrário. A TAP, pelo facto de o seu capital ser 100% público, até está em condições
de desvantagem face às suas concorrentes, cujos accionistas não têm qualquer inibição de
tomar as medidas de ordem financeira que se mostrarem necessárias.

A realidade dos números não oferece dúvidas: a TAP não só não recebe nada do Estado há 13
anos, como gera todos os anos uma apreciável receita líquida para os cofres públicos. Só em
2009 foram 198.734.297,5 euros, relativos a impostos e contribuições para a Segurança Social.
É verdade que uma mentira muitas vezes repetida acaba por se transformar em verdade. Mas,
neste caso, trata-se de uma verdade que, mesmo que tenha sido já muito repetida, continua a
ser ignorada.

Só nos resta um caminho, repetir quantas vezes for necessário: a TAP não recebe nada dos
“contribuintes”, pelo contrário, contribui muito positivamente para as finanças públicas.

António Monteiro (Responsável pelas relações publicas da TAP Portugal)”

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