Cada chefe da CP ganha em média 3500 euros, incluindo despesas de representação.
A empresa pública dos Comboios de Portugal tem 196 chefes para 3200 trabalhadores.
A CP é, assim, a empresa pública com mais chefias. Um chefe por cada grupo de 16 pessoas, já que a média das restantes empresas do Estado fixa-se nos 60 trabalhadores por chefia.
Além do número de chefes, a CP destaca-se também por ter
quatro assessores só para o Conselho de Administração que ganham por mês mais de 4000 euros brutos e um extra de 2700 euros para despesas de representação.
Os dados tinham sido pedidos pelo PSD, que através do Parlamento enviou um requerimento a todas as empresas públicas. A CP foi a última a responder.
Ainda de acordo com o Diário Económico, a seguir à CP neste ranking de empresas com maior número de chefias surge em segundo lugar a TAP.
A transportadora aérea nacional tem 171 chefes com uma média salarial de 4500 euros por mês.
Em terceiro lugar, surge a REFER que tem 158 quadros de chefias para cerca de 3500 funcionários, o que resulta em um chefe por cada 22 trabalhadores.
Na REFER,em média as chefias ganham cerca de 6300 euros por mês.
Há mais de dois meses que o PSD espera resposta à pergunta que dirigiu ao Governo sobre se vai dar orientações às empresas públicas para reduzirem os cargos de chefia.
in TSF
Estas notícias têm sempre o perigo da demagogia em cada vírgula. O PSD quando está na oposição finge-se preocupado com as contas públicas e quando está no governo enterra-as um pouco mais. O PS faz basicamente o mesmo, salvo raras excepções com algumas tentativas condenadas ao insucesso num país marcadamente corrupto.
Também é verdade (típico argumento de direita) que isto não são mais do que "gotas num oceano" de despesismo e que o problema não acaba nas chefias. É verdade.
Não acaba...mas começa. E por algum lado temos que começar.
Até Cuba e Rússia já perceberam que é tempo de reduzir o número de funcionários públicos...não fiquemos uma vez mais "orgulhosamente sós", desta vez, na coragem de reformar e reduzir o peso do Estado.
Uma coisa não me surpreende na notícia, o facto de CP e TAP aparecerem no "top 2". São os maiores buracos públicos que existem. E pouco importa a quantidade de dinheiro injectada...aquilo que os contribuintes recebem (o serviço) varia entre o miserável e o vergonhoso. A necessidade de encaixar "boys" é tal que algumas chefias nem pessoal devem ter para gerir (aquilo dos 16 é uma média...imagino quantos lá vão ler o jornal enquanto esperam pela reunião de outro conselho de administração público).
E depois...pensem nisto...vejam o salto salarial que existe entre um administrador coça-saco destes e o maquinista da locomotiva. Ou entre um administrador da TAP e a senhora do check-in. Alguém com um salário de merda, sim, é esse o nome...de merda...e emprego para a vida, vai ter motivação para produzir um serviço de qualidade? Em nome de quê?
Vai a senhora do check-in sorrir enquanto 100 passageiros se queixam de um atraso, sabendo que um acessor qualquer que aparece por lá duas vezes por mês ganha 5 vezes mais do que ela e não faz nada? Porque usamos os nossos impostos para pagar centenas de "encostados" dos partidos nos conselhos de administração de empresas públicas? Gente sem CV, sem experiência profissional e sem qualquer mais valia no mercado de trabalho. Primeiro emprego? Administradores. Isto passa pela cabeça de alguém?
Há que privatizar e rápido. O serviço pode não melhorar mas pelo menos o roubo é menor. Sim, menor, não vai desaparecer. Resolvido o problema do excesso de funcionários públicos e da legião de gestores papa-reformas, há que resolver a promiscuidade dos privados 100% dependentes do estado agora-dás-me-esta-auto-estrada-e-quando-saíres-do-governo-dou-te-o-cargo-de-CEO-aqui-da-Betão&Argamassa.
A alternativa é o 4º mundo, taco-a-taco com El Salvador, Togo e Birmânia.
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