O Expresso deixou de ser amigo e passou a publicar as colunas de opinião uma semana depois da edicão em papel. Assim não camarada Balsemão!
Mas, lia eu hoje a crónica do MST e pensava que de facto não tenho como não concordar com quase tudo o que o homem escreve (menos quando se estica para a bola...aí já me custa mais a concordar com aquele mundo visto com lentes azuis). Sendo eu uma pessoa de esquerda com a profunda conviccão que o estado social deve existir, há muito que não compreendo a sustentabilidade do nosso. Não se trata de eliminar o SNS mas sim de o tornar sustentável (por exemplo através de um filtro eficaz...porque razão faz um doente 50 análises antes de ser observado quando só tem uma constipacão?). Não é necessário eliminar o rendimento mínimo ou o subsídio de desemprego, mas é preciso fiscalizar quem o recebe. Há uma série de medidas que com alguma competência à mistura poderiam reduzir a despesa do Estado mas, chegados a este ponto, há que fazer contas e perceber como é que se sustenta este modelo. Através de endividamento...é essa a solucão mágica há não sei quanto anos e, a não ser que o país crie riqueza, dificilmente deixaremos de cair no abismo (leia-se FMI).
O tempo das reformas já passou e as décadas de oportunidades também. Agora é cortar ou ser cortado.
Quando até o Fidel aparece ao barulho, está tudo dito.
"Queria dizer uma coisa a esta improvável esquerda. Somos, seguramente, e mesmo após tanto e tão continuado despesismo público, um dos países ainda mais atrasados e injustos entre as nações desenvolvidas. Mas, a essa injustiça estrutural, e supostamente para a combater, estamos a acrescentar outra: não uma luta de classes, mas uma luta de gerações. Os 'pais espirituais' e guardiões da fé do tal Estado social pertencem a uma geração privilegiada: dispõem de saúde para si e ensino para os seus filhos, "tendencialmente gratuitos"; recebem reformas do Estado, depois de terem trabalhado 36 ou 40 anos e têm uma esperança de vida paga próxima dos 80 anos. Mas os seus filhos e netos não vão ter nada disso: vão, sim, ter de pagar a dívida deixada por eles para sustentarem em vida o seu Estado social. E vamos ver se ao menos deixam a democracia de pé...
Se isto é justiça social, se isto é a esquerda moderna, que venha antes Fidel Castro, que é mais inteligente e, embora tardiamente, se dá ao trabalho de fazer contas. "
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