terça-feira, agosto 03, 2010

Mediterrâneo agosto é pleno verão, só aqui eu faço uma revolução

Sempre que vejo a torre de Belém começo a cantar isto.
Os anos 80 e as teclas ao pescoço dão-me sempre uma certa alegria matinal.
De volta ao pólo e já de casaco vestido olho para os últimos dias. Corridos. Business as usual.
Quando fui ver a minha avó ouvi: "estás muito magro, tens que comer!". Alguns dias depois, com mais 3kg no bucho dos pastéis e das migas, voltei a ouvir enquanto me despedia: "tu não comes, assim não pode ser!!". Santos olhos.
Gostei de vos ver. Todos frescos e airosos.
O mar frio e limpo, o Alentejo acolhedor e Lisboa caótica qb. É bom estar em casa e sentir que se faz parte de algo.
O abraço certo e o sorriso do reencontro. Sempre, mas sempre, com uma uva alentejana bem espremida e servida à temperatura certa.
E o passo? Como gosto de ver a malta a andar em Portugal. Mãos nos bolsos e passada calma, tranquila, quase como se o tempo não existisse. Deste lado do mundo até para ir buscar um café se usa passo de corrida. Enerva-me.
Em Lisboa andamos todos ao ritmo certo. Devagar que o calor aperta.
Coloquei um filtro nos olhos e vi só o que me interessava. Não ouvi notícias, não li jornais, não tentei ver nenhum dos filmes que a TVI mostra depois das 27 novelas da noite. Não reparei nas gruas que continuam a povoar Lisboa nem vi nenhum dos submarinos do Portas. Também já me esqueci dos cartazes que exigiam um novo hospital a 5km do Garcia de Orta com uma auto-estrada pelo meio.
Passei os dias a olhar para o céu e a contemplar o azul. Sábia decisão.
Um livro na mala e pouco mais. E o som? Aquele som da onda a rebentar. Único. Se fosse um rapaz esperto teria gravado esse momento único para o ouvir ad eternum deste lado, numa espécie de Vitinho para adultos. Esqueci-me. Logo eu que nunca me esqueço de nada. Mas engano-me muitas vezes, afinal, não nasci em Boliqueime.
No avião de regresso (que teve "problemas técnicos" mesmo como eu gosto) li o único jornal português disponível, o DN. Quando vivia aí costumava comprar o Expresso e o Público, mas sempre tive boa impressão do DN. Tinha. Depois de ver a revista do DN inteiramente dedicada à saloiada, já não posso dizer o mesmo. Páginas cheias de miúdas que ninguém conhece e que, deduzo eu, aparecem em novelas. O Manuel Serrão a opinar sobre o "estilo" de quem passa no Algarve, a Ana Maria Lucas (acho que é assim que se chama) a dar notas à roupa da Judite de Sousa e a vivenda de 7000 euro por semana onde Manuela Moura Guedes está de férias. Quem é que quer saber desta merda? Pensava que só as Lux e outros tipos de papel higiénico é que se metiam nestas andanças.
Deve ser o mercado a ditar regras...
Agora vou só ali pegar na tralha e mudar de casa.
É o meu hobby. Há quem meta barcos dentro de garrafas com pinças, eu carrego caixotes.

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