quinta-feira, agosto 12, 2010

"Buéda Náice"

Passando os olhos pelas "gordas" dos jornais reparei numa notícia que me deixou a fazer contas de cabeca. Acabar com a reprovacões no ensino secundário.
Imagino que esta ideia genial esteja a ser discutida pela ministra e pelos Nogueiras desta vida, mas, antes que se torne uma realidade, gostava de deslizar numas linhas sobre o tema.
Já li opiniões favoráveis e outras nem por isso. Consigo encontra argumentos válidos em ambos os lados. Quem concorda defende que a principal funcão de um professor é ensinar e não avaliar. Concordo. Mas também concordo que a avaliacão é a única forma de criar uma cultura de mérito.
Li que na Finlândia não há "chumbos" e o ensino é reconhecidamente bom, ao contrário da Franca onde o caos impera com as reprovacões. Claro que as realidades de uma escola francesa nos subúrbios de Paris e outra nos súburbios de Helsínquia, só se tocam por coincidência e isso tem que ser levado em linha de conta.
Fiz parte da minha educacão (não secundária) na Finlândia e fui avaliado. Não fiquei com a ideia que o facilitismo fizesse parte da política da casa.
Esta história das reprovacões faz-me lembrar a "flexiguranca" no trabalho, nessa altura com a Dinamarca como exemplo.
Os despedimentos são fáceis e a taxa de desemprego baixa diziam....certo, mas a qualificacão dos trabalhadores é elevadíssima.
Com a Finlândia a história repete-se. Talvez não precisem de chumbar ninguém mas os putos vão para a escola aprender, os professores vão ensinar e o sistema funciona.
Por acaso já se esqueceram o que é uma sala de aula em Portugal? É exactamente por não sermos Finlandeses que temos que ter regras. Se já assim andamos a formar uma geracão de ignorantes, imagino as fornadas de génios que de lá saíriam sem qualquer tipo de avaliacão.
Para os miudos que vão para a escola aprender, que são uma minoria, tanto faz o sistema usado porque eles aprenderão sempre. Para os que não querem lá estar também não há qualquer diferenca, nunca aprenderão. Mas para aqueles que estão no limbo, que são a maioria (uma crianca é uma crianca), o facto de existir uma avaliacão motiva sempre algum estudo ou pelo menos uma tentativa de estudo. Dentro deste grupo muitos seguirão a sua educacão conseguindo entretanto aprender algo, o que provavelmente não aconteceria se não tivessem qualquer pressão para mostrar resultados.
É por causa deste grupo que a avaliacão tem que existir.
O ensino tem que ser melhorado, claro que tem, mas é com exigência, qualidade e mérito.
Não é com exigências idiotas do Nogueira ou com facilitismos para as estatíticas do ministério da educacão.

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