terça-feira, junho 22, 2010

O GDP

Estava entretido a ver aquela hora que o telejornal dedica à selecção quando a harmonia foi quebrada com uma notícia sobre economia. Algures entre o tipo de pasta de dentes que o Ronaldo usa e o número que calça o Bruno Alves, resolveram falar do Eurostat. Parece que mandaram cá para fora uns números. Porque é que estes gajos não estão quietos? Porque é que o Paulo Gonzo lançou um novo álbum? Tudo questões que apoquentam o comum dos mortais.
Voltando aos números. A notícia era esta: "Portugal é o nono país mais pobre da zona euro".
Achei a notícia espectacular. Pensei que a cauda fosse nossa, taco a taco com a Grécia.
Depois de confirmar que o Miguel Veloso usava cuecas Armani e o Deco tinha enfardado 3 croissants com recheio de ovo ao pequeno-almoço, resolvi dar um salto à pagina do Eurostat e ver o tal relatório. Esta curiosidade ainda me vai matar.
O resumo do relatório é essa tabela que está no inicio do texto.
A Bulgária é o país mais pobre da EU. Entraram apenas em 2007 e estão minados por máfias e corrupção. Um pouco como a Roménia.
Os países fora da zona Euro ainda são mais miseráveis, o que se compreende (exceptuando os nórdicos e a suíça).
Agora...o que me deixa mesmo a pensar são os países da zona euro mais pobres do que Portugal. Quem são eles? Todos aqueles a quem o camarada Zé Estaline fez o favor de meter a pata.
Ou seja, já nós estávamos na União Europeia (CEE na altura) e estes desgraçados ainda viviam uma ocupação militar e política. Alguns deles entraram na UE há pouco tempo e apresentam um GDP próximo do nosso. A República Checa por exemplo, que também fazia parte dessa colónia de férias chamada Cortina de Ferro, já nos ultrapassou.
Isto não vos faz pensar? Já temos mais de duas décadas de UE, de subsídios, de planos de desenvolvimento. Que riqueza conseguimos produzir? Vivemos da eterna torneira da UE e do aumento da dívida externa.
A situação chegou a um ponto de ruptura onde o "corte a direito" é a única solução. Ah...e enquanto se corta, aumentam-se os impostos, o que na prática só entala a classe média, para manter o barco à tona.
Segundo os entendidos da matéria (economistas daqueles que não conseguiram "prever" a crise) Portugal precisará de 10 a 20 anos para se endireitar. Imagino que só depois disso é que terá pernas para criar riqueza.
A pergunta que fica é: que hipóteses tem a minha geração desse lado?

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Todos os dias me lembro das palavras sábias do meu pai, quando há 20 anos atrás ele me dizia que os chicos-espertos portugueses vão comprar jeeps e mercedes e grandes mansões, vão gastar o dinheiro que vem da U.E., naquele tampo dizia-se C.E.E., com eles próprios em vez de o investirem nas fábricas, nos tractores e na frota de pesca, não tarda nada somos passados por todos. O meu pai para além de visionário, não gostava de incompetentes, de chico-espertos e dos que trabalhar, tá quieto. Mais uma vez, tenho que concordar que o meu pai estava certo no que previa.