quarta-feira, maio 05, 2010

Concrete jungle where dreams are made of


Este ano, e partindo daquele principio que 33 anos de vida acontecem uma só vez (ao contrário dos restantes aniversários como se sabe), resolvi oferecer a mim mesmo o tipo de prenda que mais me agrada, um pedaco de papel.
Sou um enorme fã destas tiras de papel. É o único sítio onde cordialmente me tratam por Mr. Tiago. Só isso já vale uma lasca da árvore. Mas há mais. Sabendo que a pontualidade não é o meu forte, os senhores que me entregam este papel fazem questão de escrever todas as horas em que a minha presenca é necessária. São amigos.
Não terminam por aqui as vantagens. Quem escreve neste papel sabe que me aborreco com facilidade e por isso, em vez da normal lingua de Camões, usa um código de 3 letras para explicar tudo. É um quebra-cabecas que me ajuda a passar o tempo.
Cordialidade, avisos amigos e entretenimento em poucos centímetros de papel. Que posso mais eu pedir?
Que um desses códigos seja EWR ou JFK.
10 anos depois, com 2 prédios a menos, o regresso a NY.
Alertou-me entretanto um amigo para o mais recente atentado (ou tentativa) em Times Square. Fui ver a notícia e o camarada do turbante dizia, alto e bom som, que mais uma série deles estão a caminho nas principais cidades. Nada a fazer contra isso. Se as contas não me falham, as ameacas terroristas durarão mais 1263 anos, pelo menos. Há que aprender a viver com elas e seguir caminho, caso contrário, ninguém sai de casa e essa (atencão para o jargão filosófico) seria a primeira vitória do terrorismo sobre a civilizacão.
Ainda assim, não vá a coisa dar para o torto, sardinhadas em Karachi ou Kandahar são de evitar.
Um agradecimento a W. Bush por ter tornado os EUA o pedaco de terra mais odiado do planeta, a Tony Blair por ter metido a Europa nessa molhada e aos pastores que se escondem em cavernas do Paquistão por terem parado a sua evolucão há 5 séculos atrás.
Ainda assim, mais bomba menos bomba, ”imos lá”, como dizia o Jaiminho.
Com esse medo ainda vivo eu bem...agora, o terror de voar é que piora de dia para dia.
A conclusão a que cheguei enquanto escolhia a “prenda” é que necessito de fazer rapidamente o tratamento (acho que a TAP tem um servico desses) para o medo de voar.
Há já algum tempo que queria ir a NY mas atravessar o Atlântico não me agrada. Acabei a ver vôos para Pequim e Moscovo, destinos que também me interessam e que não distam um oceano. Mas enfim, achei que seria uma idiotice deixar de fazer fosse o que fosse por causa de qualquer medo.
Normal seria escolher pelo melhor preco ou horário. Eu fi-lo pelo tipo de avião, historial da companhia e prémios de manutencão.
O vôo mais barato partia de Bruxelas. Uma companhia indiana chamada Jet Airways oferecia e oferece, o melhor preco. Fiz a doentia investigacão e a companhia, que é bastante recente, tem prémios, uma frota nova, uma série de luxos a bordo, as melhores tarifas e horários e um historial quase imaculado. Era claramente a melhor opcão. O que fiz eu? “Não é europeia!! Não!!” Preconceito idiota certamente.
Ora…quem é que ganhou recentemente um prémio pela excelência das suas oficinas? A querida TAP.
Diz a lenda que conhecem todos os caminhos sem buracos com vista para o mar.
E é isso. Vôo mais caro, telefones mudos, horários que não dão jeito e partida de Lisboa, que como se sabe fica aqui mesmo ao lado de Gotemburgo.
Paranóico? Ligeiramente, só ligeiramente.
Volta ao mundo? Certamente. Em 80 unilans.

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Parece ser ponto assente que o seguro morreu de velho.

Boa viagem

Alberto Esteves disse...

Grande cidade. Vale a pena "correr" o risco de avião... tenho impressão que ia lá outra vez nem que fosse na TACV (Cabo Verde). Estive lá há 3 anos e recomendo um belo steak no Pier 17 e em Times Square vale a pena entrares numa ruela (transversal) onde tens lá uns clubes de stand up e pasma-te um belo restaurante chamado Tintol... quando lá estive não resisti e comi, teve de ser. E se puderes vê um jogo da NBA e vai ver o fantasma da ópera! Fui e adorei, de resto curte a cidade.
Abraço