
Ouvi alguém dizer, imagino que seja uma pessoa ligada ao governo, que Portugal tem, na sua representacão parlamentar europeia mais mulheres do que qualquer outro país dos 27, exceptuando os nórdicos.
Eu quase que comecava por dizer que se existem cotas para mulheres, é porque a igualdade não existe.
Sempre achei isto das cotas uma idiotice. Até podem estar a colocar monos em lugares de destaque, mas como há obrigatoriedade de ter mulheres nesses cargos, vale tudo.
É claro que também percebo que sem cotas dificilmente veríamos mulheres em cargos politicos, por exemplo.
É o chamado pau de dois bicos. Esta expressão também tem o seu quê de idiota. O que é que aconteceria se o pau tivesse apenas um bico? Aleijava menos? Não atinjo.
Adiante que se faz tarde.
A igualdade não se consegue por decreto. É uma simples questão de mentalidade e de construcão social.
Só conheco a nossa realidade (e acho que a posso “esticar” para outros países latinos) e a realidade nórdica. Embora esta última não exiba uma igualdade perfeita (ainda há cargos onde as mulheres ganham menos), imagino que seja o mais próximo possível em todo o globo.
Ainda esta manhã passei por uma enorme camião de carga que estava a ser conduzido por uma mulher. Não há profissões “só para homens”.
Administracões de empresas, cargos de ministro ou presidente do país, electricistas, canalizadoras, etc.
Foi por estes lados que vi pela primeira vez uma mulher com aspecto de barbie, envergando um fato de macaco e um cinto com um martelo e chaves de fendas.
Claro que tudo isto é válido essencialmente em países/continents mais desenvolvidos. Países africanos ou muculmanos mais radicais estão fora de qualquer consideracão, diria mesmo que estão for a deste século.
Mas, apesar de tudo, a igualdade não se mede apenas no contexto profissional. Parece-me que é essencialmente uma questão de atitude na forma como os homens vêm e consideram as mulheres, o tal “sexo fraco”.
Se estaciona mal o carro, se não sabe para que lado se aperta um parafuso, se gasta rios de dinheiro em compras e por aí for a…tudo bem porque “é mulher”. Ora, aqui comeca o erro. Se pensarmos bem, tirando a maternidade, não há nada que um homem faca que uma mulher não consiga fazer. O séc.XXI, felizmente, tende a aproximar os dois sexos.
Conheco homens que gastam mais dinheiro em roupa que mulheres, que cozinham na perfeicão e que engomam sem mácula. Também conheco mulheres que me explicam como mudar o óleo do carro, como pintar uma parede em condicões ou como montar um móvel do IKEA em menos dos que 3 dias.
E por favor…chega de queixumes de “chegamos do trabalho e ainda temos as tarefas domésticas” como ouvi repetidas vezes esta manhã na radio. O homem das cavernas que chega a casa e se senta no sofá a beber cerveja já não cabe neste século. Poucos são os que ainda se comportam assim, pelo menos os da minha geracão, acredito eu. E se ainda há quem envergonhe a espécie, é favor de lhes darem dois ou três gritos e a coisa vai ao sítio.
Iguais já nós somos, ver isso é que é pior.
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