Tento acompanhar, sempre que a paciência o permite, o que se vai passando no rectângulo. A propósito…rectângulo também vai perder o ‘c’? Então e ‘pacto’? Vai passar a ‘pato’? E como é que sabemos qual dele tem penas? Bom…tudo reflexões importantes para esta manhã de terca-feira.
Mas, voltando ao busílis do dia, “dizer também que” vou ouvindo o que se passa desse lado.
Há uma notícia que, se as contas não me falham, aparece de 2 em 2 meses e que me enerva particularmente. Refiro-me às constantes greves dos pilotos da TAP.
Comeco por dizer, ou melhor, dizer primeiramente que a TAP é a minha companhia aérea preferida. E porquê? Porque se espalha menos do que as outras e esse é um dado estatístico a que dou particular importância. Avião no ar, carro no chão. É assim que isto funciona. Atencão que aquele ‘é assim’ fica bem na frase. Diga não às bengalas gramáticas.
Dito isto mudo o flanco ao jogo e dirijo-me aos pilotos. São o pior cancro que existe na TAP. Recebem salários muito, muito, mas mesmo muito acima de qualquer coisa parecida com a realidade nacional e choram como bébés de mama. Eu compreendo a responsabilidade de um piloto. Como diz um amigo “têm que aterrar aquele charuto com 200 vidas a bordo”. Concordo e acho bem que tenham salários próprios para a responsabilidade que assumem. Isso fá-los ter uma plataforma salarial quase única em Portugal (estou a lembrar-me de mais um ou dois “el dorados”…) que ainda assim eu acho que se justifica. Mas calma lá com esses aumentos. Convém não esquecer que os pilotos da TAP em topo de carreira ganham mais que os pilotos das maiores companhias do mundo (com a gigante Lufthansa à cabeca).
E convenhamos…ser piloto hoje em dia não é bem o mesmo do que nos tempos da outra senhora. Os aviões já fazem tudo sozinhos. Acho que só aquela parte do “taxi” até à manga é que tem que ser manual e mesmo essa, com um sistema de GPS adaptado também se desenrasca. Não quero desvalorizar a funcão do piloto mas os tempos em que eram olhados como magos já lá vão e por isso, exige-se um pouco mais de “pés no chão”.
A sensacão que fica, perante todas estas queixas, é que os pilotos da TAP não se importam de arruinar a empresa com greves idiotas e exigências incomportáveis. Eles, como todos nós, sabem que podem fazer toda e qualquer chantagem com a administracão, que o dinheiro acaba por aparecer vindo daquele saco sem fundo carinhosamente chamado de “impostos”.
Se o PM e o ministro das financas querem um PEC decente, uma das primeiras medidas seria privatizar a parte comercial da TAP, pessoal de bordo, pilotos, aviões, pessoal de terra, etc e deixar sob administracão pública apenas a parte de engenharia (oficinas, manutencão, etc). Desta forma a seguranca e qualidade da companhia continuariam à prova de bala e aquela cambada de mamões dos pilotos, hospedeiras, etc, teriam que comecar a dar corda aos sapatos para criarem lucro e sobreviverem num mercado aberto.
Esta medida é quase tão boa como aqueles 3 em 1, shampoo, amaciador e sumo de laranja. Com uma cajadada acabam-se os maus hábitos instalados há 50 anos, defende-se o dinheiro público e melhora-se a qualidade do servico.
Zé, do que estás à espera? Queres que te faca um desenho?
4 comentários:
Não é tão fácil como parece atacar os privilégios de um grupo profissional que nos bons velhos tempos armadilhou com regulamentação e acordos todos os acessos do seu "castelo". Não conheço muito bem a situação dos pilotos, mas como sabes conheço demasiado bem a situação de um grupo de privilegiados que estão por cima dos pilotos em matéria salarial e não só. Quando um ministro admite que o governo não tem força para se meter com eles, não há nada a fazer. A regulamentação nacional e internacional protege-os, e governo permite que eles tenham representantes, Vogais, na Administração. São uma potência e sabem disso. Como disse o outro:"quem se meter com eles leva", e eu sei do que estou a falar, pois já paguei bem caro a minha ousadia de outros tempos. É triste, mas não acredites que o Zé faça alguma coisa para meter os privilegiados na ordem. É mais fácil aumentar impostos.
e a historia de Alice, lá continua....
no
... continuando assim...
mais logo, um novo capítulo
um obrigada a quem segue (porque só vale a pena assim).
Um especial convite, para quem ainda não mergulhou naquela história.
...é só uma história, apenas isso.
obrigada
e até logo
Bj
teresa
Por muito que a legislacão “defenda” determinadas classes, e eu acho bem que a lei proteja quem trabalha, há uma diferenca clara entre proteccão laboral e saque ao erário público.
O que acontece na TAP (e noutros quintais que bem conheces) é um assalto ao dinheiro dos contribuintes. Se em alguns casos a privatizacão é complicada (como no “céu único” por exemplo), na TAP é bastante simples. Eu acho, ou pelo menos gostaria, que a nossa companhia de bandeira mantivesse os padrões de seguranca e qualidade no que à manutencão e engenharia dizem respeito. Casos como a Spanair ou outras do género, que por forca dos prejuizos voam com pecas “fora de prazo” não servem de exemplo para ninguém. Agora…se os pilotos voarem para Cuba e em vez de uma semana no Hilton ficarem só 2 dias, quem sabe num 3 ou 4 estrelas, já não vem mal ao mundo.
E se a classe executiva estiver vazia e a hospedeira designada para essa classe ficar em terra, em vez de ganhar um balúrdio para ir a ler a ”caras”, também não me parece que os clientes se importem.
Há uma série de asneiras escritas nos acordos de empresa que são absolutamente impróprias para uma empresa pública de um país pobre que faz depender todas as suas recuperacões económicas do garrote fiscal.
O mercado é algo que empresas destas desconhecem. São regras que se aplicam apenas ao resto do mundo. Todos vivemos num ambiente de livre concorrência, onde a competência e produtividade ditam leis. Mas na TAP não…haja crise, incompetência ou prejuízo, pouco importa. As regalias estão garantidas.
Além do mais…nada é eterno. Se um acordo é feito em altura de “vacas gordas”, e eu pergunto-me qual terá sido esse período nas 6 décadas de história da TAP, e hoje em dia é completamente desfasado da realidade do país (não esquecer que é o país que paga a mama), então há que voltar à mesa das negociacões.
“Direitos adquiridos” mesmo que o país não os consiga pagar, lamento, mas já não cabem no século 21. Isso fica para a Fenprof, Mários Nogueiras e malta dessa (outro bom exemplo de sindicalismo de terceiro mundo – depois de 4 anos de luta da anterior ministra, esta dos livros desfez tudo em 15 dias e o Nogueira lá conseguiu que os professores voltassem ao topo de carreira apenas porque envelhecem).
Será que ninguém consegue desviar os olhos do próprio umbigo e perceber que este tipo de attitude só arrasta o país na lama?
As estatísticas estão aí…a máquina pública leva 50% da riqueza produzida no país. Será difícil compreender que as hipóteses de desenvolvimento são nulas? E sera ainda mais difícil perceber que em caso de desenvolvimento todos beneficiamos? Parece que sim…
tf
1) falando com um piloto da TAP num jantar em amena cavaqueira foi referido o escandalo que era estarem constantemente em greve. resposta: "epá, ok tenho um salário alto mas já não sou aumentado há 10anos! qualquer dia deixa de ser um salário alto, não é?"
2)num período de férias em que me cruzei na mesma mesa de jantar com um outro piloto da TAP (este da velha guarda mas ainda no activo), verifiquei que o tema da responsabilidade e segurança tinha os seus "quês". No fim do jantar entre whisky, licor de poejo, amarguinhas, o senhor já não se conseguiu levantar direito. e eis q alguém diz:deixa-te estar que já não te aguentas em pé.resposta: epá amanhã vou p luanda de manhã, tenho q me ir embora.e foi. e reparem, este senhor não ia nem em classe executiva nem em económica e nem ao lado do piloto...
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