O regresso ao trabalho é sempre, em português corrente, um pincel.
Se dúvidas tivesse, bastaria olhar para os bracos. Não os vejo? Tenho um casaco em vez de t-shirt? Então é claro: o Tejo está longe.
E gosto particularmente de chegar e ver o que me espera. Nesta coisa de brincar aos projectos a posicão melhor é sempre a de gestor.
"E o que faz o gestor?", perguntam vocês.
O gestor é o camarada que conjuga o verbo "fazer" sem nunca passar pela 1a pessoa do singular. Engracado também é verificar a quantidade de pessoas que se associam a este projecto para evitar o despedimento.
O Zé está no mesmo projecto do Tiago. O Quim também. Olha...e o Tóino também.
E o que fazem? Apanham choques nos dedos? Não. Estão cá para gerir.
Então e quem "faz"? Isso é retórica camaradas.
E enquanto estou de férias e tudo se acumula, algum dos gestores suja as mãos? Uuuui...nem pensar. Adicionam mais uma linha no excel e escrevem "next week". A gestão está feita.
Gerir é a melhor invencão desde a roda. Senão reparem: eu sei que tenho que andar em frente. Não tenho dúvidas que é em frente. Nem esquerda. Nem direita. Isto, porque entre outras coisas não sou acéfalo, então, qual a necessidade de criar um posto de trabalho para alguém me dizer que tenho que andar em frente? Ainda por cima a mais do que uma voz.
Para isto é que era preciso um gestor. Para perceber que há gente apenas a pesar no orcamento e sem qualquer influência no resultado entregue ao cliente. Assim é que se faz um corte inteligente nas despesas.
Calma lá...esta ideia até pode ser vista como um ar de gestão!
Queres ver que ainda me vou candidatar a um lugar de gestor?
Compro umas calcinhas na Maconde, daquelas com vinco, um sapatinho de verniz e penteio o cabelo com gel para trás. Mando umas postas, e enquanto alguém queima os dedos, vou lendo o jornal até que o bónus, pelo excelente desempenho, apareca na conta.
É isto!
1 comentário:
O sapatinho de verniz ficava-te a matar decerteza!!!!!
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