Nenhum militar de Abril (daqueles que ajudaram a correr com o António) conseguiu chegar a general. Tudo bem. Ser militar de Abril foi um acaso e não uma escolha, não deve ser por isso um atalho para a carreira militar.
Já ser militar de Novembro parece que é.
Contrariando as regras de promocão, o Estado Português resolveu, numa altura em que se comemoram os 35 anos do 25 em Abril, promover a general um militar que não teve qualquer papel de destaque na revolucão dos cravos.
Jaime Neves foi importante no golpe do 25 de Novembro (1975) que afastou o MFA e o PCP do poder. Não discutindo a promocão, não consigo evitar uma consideracão quanto ao momento escolhido, os 35 anos da queda do Estado Novo. A mensagem é clara: o país reconhece mais um militar que evitou uma eventual ditadura (sim, eventual...digam o que disserem, nunca ninguém poderá provar que a esquerda iria imitar o modelo soviético) do que todos os militares que eliminaram uma ditadura real (é que dessa há provas e décadas de experiência).
Não sabia que o fantasma comunista ainda fazia sombra.
1 comentário:
É assim mesmo Tiago, a memória dos homens é curta, e só falta transladar o Salazar para o Panteão Nacional.
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