Desta vez é mais difícil apoiar o povo da Palestina, as clássicas vítimas no confronto com Israel.
Se bem que o governo preparava este carnaval há 6 meses, é certo que o Hamas fez tudo o que o governo cessante desejava: despejou uns quantos rockets na fronteira. A partir daí, com o habitual abanar de cabeca americano e cruzar de bracos europeu, foi varrer a faixa de gaza sem dó nem piedade.
O Hamas, em conflito interno com a Fatah, joga uma carta decisiva para a divisão do território Palestiniano. Cisjordânia para um lado e Gaza para outro. Israel une pelas balas ambos os partidos (por agora) e depois da guerra, legitima o que o Hamas quer, ou seja, o controlo da faixa de Gaza.
Imagens repetidas até à naúsea trazem árabes com criancas mortas nos bracos, gritando aos céus e aumentando um ódio já de si imenso.
As televisões captam tudo sem qualquer respeito pelo ser Humano. Falar de vítimas civis em Gaza é tão natural como imaginar o estado de uma loja de porcelanas depois de um elefante lá entrar. Dada a densidade populacional, uma incursão militar só não mataria inocentes se fosse feita com fisgas.
O problema é, como distinguir um inocente? Dizia hoje um rapaz: "Israel quer aniquilar o Hamas, o povo é o Hamas logo Israel quer aniquilar o povo".
Ora, esta matemática não é tão simples mas no clima de ódio, aceita-se.
Por outro lado, ou melhor, do outro lado da fronteira uma Israelita dizia: "um árabe bom é um árabe morto. Eles querem matar-me e aniquilar o meu povo!"
Esta também não é uma regra assim tão simples.
Como desatar o nó?
Chatear os ingleses pela asneira que fizeram há 60 anos?
Chatear os Israelitas por nunca terem cumprido o mapa de ocupacão que lhes deram quando os plantaram ali?
Chatear os árabes por estarem há décadas a embirrar com os Israelitas?
Chatear os povos que chutaram os judeus de todo e qualquer quintal na europa? (incluíndo os Portugueses)
Chatear os americanos por protegerem Israel fruto dos dinheiros para as campanhas do lobby judaico?
Morrem inocentes, na sua maioria na Palestina.
Esse é o facto.
Os responsáveis históricos são muitos.
Desta vez, o principal responsável é o Hamas.
Deram a Israel o motivo que faltava para executarem uma carnificina anteriormente planeada.
É o Hamas que faz do seu povo um gigantesco escudo humano em defesa de uma causa que nunca será resolvida pelas armas.
Pelo menos para o lado da Palestina...
É esse povo que nasce e morre sem saber o que é um país, uma vida familiar, um dia-a-dia sem ameacas.
E por incrível que pareca é esse povo que os apoia.
Decididamente, há coisas que por muito que me esforce, não consigo compreender.
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