segunda-feira, dezembro 01, 2008

A moer

Tenho que voltar a este tema.
Ele não desaparece dos jornais e por cada 563 vezes em que vejo o Nogueira, tenho que dizer qualquer coisa.
A bem da bílis claro.
Ponto prévio: uma avaliacão de "quantos mais alunos passas, melhor professor és" não é correcta e muito menos justa.
Dito isto, vamos a contas.
Nenhuma avaliacão é justa e qualquer profissional é avaliado pelos seus resultados. Pelo que produz.
O padeiro é avaliado pela qualidade do pão que fabrica e isso traduz-se no número de clientes.
O engenheiro pelo número de pontes que constrói sem as ver desabar.
O financeiro pela derrapagem permitida na construcão de cada uma delas.
O polícia pela quantidade de azulejos que não aceitou para a vivenda de Aljezur.
And so on, and so on…
Só podemos ser avaliados pelos que fazemos, caso contrário, torna-se mais complicado (gosto de uma frase Luis Delgado para dar o toque).
No caso dos professores, eles ensinam e é a qualidade desse ensino que tem que ser medida.
Dizer: "quantos mais passam, melhor tu és" é pedir aos professores que aprovem tudo de olhos fechados a bem da sua própria classificacão.
Tem que haver um passo intermédio.
Um bom professor consegue ensinar os seus alunos e estes conseguem ter aproveitamento. Vendo o sistema pelo lado bom, ninguém tem que mentir, esforco e algum talento e a coisa vai naturalmente. A diferenca de talento entre professores acabará por ser reflectida nos seus alunos e na respectiva avaliacão. Promove-se assim a justica entre um razoável e um excelente professor.
Este sistema não vai castigar aqueles que gostam e sabem ensinar. Vai castigar aqueles que não arranjando outro emprego se encostam nas escolas e mandam os alunos para provas nacionais depois de terem dado 50% do programa.
Quem nunca teve um professor "só estou aqui porque não arranjo nada melhor" que levante a mão.
Há ainda outro problema, que pode cavar injusticas e que se prende com a zona das escolas. A mesma professora, não terá idênticos resultados se estiver a ensinar na D. Pedro V em Sete Rios (essa gloriosa instituicão de queques) ou na Secundária da Musgueira.
Para isso existem coeficientes de adaptacão à realidade, uma unidade que acabei de inventar e que à falta de melhor, poderia servir como argumento de subjectividade ao insuportável Nogueira.
Um pouco mais a sério…tomemos o exemplo do desporto-rei, esse maná de cultura e de boas experiências.
Na atribuicão da bota de ouro (melhor marcador da europa) os golos marcados em espanha, itália ou inglaterra têm um peso superior a golos marcados em portugal, noruega ou bélgica.
Não sei a diferenca de pesos, mas se o melhor marcador em inglaterra marcar 20 golos e o liedson se atirar para o chão 20 vezes (e marcar 20 penalties), os 20 golos em inglaterra têm um peso maior por ser um campeonato mais competitivo.
E por não deixarem o Bruno Paixão apitar lá.
Para as escolas, poderiam pensar em algo semelhante e atenuar prováveis injusticas.
Há certamente gente muito esperta e que até usa gravata para pensar nestas coisas.
Trabalhai minha gente.
Faz sentido discutir o formato da avaliacão.
Não faz sentido discutir se devem ser avaliados ou não.
Alguém pode explicar isto ao Nogueira?

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