quinta-feira, dezembro 04, 2008

Life was like a box of chocolates



Dificilmente o cenário poderia ser pior.
Para a semana comeca uma nova vaga de despedimentos e todos esperam por um telefonema, segunda ou terca-feira.
Quem não receber uma chamada, está safo.
Volvo e Semcon são os primeiros. A Saab é o freguês seguinte.
A GM anunciou que a Saab é para vender. E depressa!
Eu pensava que o número de desempregados ficaria nos 20 000, mas não.
Há mais uns milhares que dentro de um mês estão a ter licões de guitarra.
Não há bocas de metro que cheguem para esta gente toda.
Nos corredores todos discutem os porquês.
Comentei que talvez tivesse sido uma boa idéia, há uns anos, terem apostado em carros mais pequenos, mais económicos, mais séc.XXI.
Responderam-me que quando tens uns casa grande, coisas para transportar e criancas, tens que ter uma carrinha volvo.
A não ser que tenham que transportar árvores ou ursos, não estou bem a ver porquê.
Pensará esta gente que o normal europeu que perde metade da vida nas filas de trânsito de Paris, Londres, Lisboa, Madrid e Roma comprará um motor 2.4 a gasolina?
Imagino que para eles, colocar uma crianca dentro de um Renault Clio seja uma facanha circense…
Até que outro iluminado me disse: "Mas o volvo na américa é um carro pequeno".
Bom, então fico sem argumentos. Apostar no mercado americano é sem dúvida uma estratégia fantástica.
Leio no Expresso que o governo português vai pagar 80% dos salários do sector automóvel durantes os períodos de paragem e evitar assim despedimentos.
Tendo em conta que até o BPP salvaram, acho que ajudar trabalhadores não-virtuais não lhes fica mal.
O governo sueco aplicará a lei da selva. O mais forte sobreviverá. Não há dinheiro dos contribuintes para empresas que são autênticos buracos financeiros.
Orientem-se, dizem eles.
E assim será.
Perguntava a um colega porque ficava ele até mais tarde.
"Vou dar uma palavrinha ao chefe", dizia ele.
Em tempo de guerra, não se contam espigardas.
"Lick for you life Forrest!"

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