quarta-feira, maio 21, 2008

Tóka tu mi, again?



Sempre que falo de taxistas lembro-me do aeroporto de Lisboa. Estão um para o outro como a canela para o pastel.
E isso fez-me pensar em duas perguntas chave para colocar na pasta de clientelismo público:

1 - Existirá algum aeroporto de capital europeia, onde o taxi seja o único transporte disponível para abandonar as instalacões?

2 - Existirá algum aeroporto no MUNDO em que o "temporariamente em obras" seja definitivo?


Não e não.
O aeroporto de Lisboa é um verdadeiro case study.
Se a matemática não me engana, a primeira vez que lá entrei tinha 8 anos. Eu sei que a pele ilude, mas isso já foi há mais de duas décadas .
Desde então, não me lembro de ver o aeroporto sem obras. O engracado disto é que como as obras são permanentes, uma pessoa habitua-se a ter o aeroporto sempre naquele estado.
Já não se questiona o porquê, simplesmente porque sempre foi assim.
Cada chegada funciona como um mini-quiz: "Qual será a porta certa desta vez?".
A monotonia nunca chega.
Há no entanto um detalhe que me parece importante. Nesta mama de obras públicas intermináveis, nunca pensaram em fazer uma ligacão decente para o centro da cidade.
Repare-se que quando o aeroporto foi construído estava nos "arredores", hoje já a cidade chegou até ele, mas mesmo assim só com um taxi se consegue sair de lá.
É obra.
Nem metro, nem comboio, nem ligacões decentes de autocarro.
O lobby dos taxis não deixa.
Não me lixem pá!
Para uma cidade europeia (já nem digo capital...), o aeroporto de Lisboa é uma vergonha e um espelho do que a corrupcão e o clientelismo público podem fazer.

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